Quando você tem 10, 12 ou 15 anos, é claro que permite que muitas coisas passem batido. Na época em que o primeiro filme do "High School Musical", grande sucesso da Disney, foi lançado, eu ainda não tinha sequer entrado no Ensino Médio. Acredito que muita gente estava nessa situação ou estava vivendo, de fato, o colegial. Justamente por isso julgamos sem perceber algumas atitudes dos personagens que, parando para pensar hoje, mereciam total compreensão.
Revi as duas primeiras histórias que foram recentemente disponibilizadas na Netflix, em seguida assisti o terceiro filme e essas foram as questões que mais me chamaram atenção:
1. Sharpay "boazinha"
A primeira de tudo era que sempre, ao final dos filmes, davam uma mudada sutil na narrativa para que não sentíssemos ranço da Sharpay. Não é à toa que tinha uma galera que preferia ela à Gabriella. Não só no filme, como também em eventos e premiações, Ashley Tisdale e Vanessa Hudgens sempre eram reconhecidas por serem muito amigas (e são mesmo), distanciando qualquer rivalidade boba feminina que a mídia pudesse incentivar.
2. A DR entre Troy e Gabriella
Foi revendo o segundo filme que parei para pensar no quanto a Gabriella foi madura em relação às atitudes do Troy (Zac Efron). Muita gente ficou com raiva dela ter ido embora, mas precisamos nos atentar ao fato de que ela aguentou a ausência do namorado e sua atenção voltada para outra sem reclamar. Só que tudo tem um limite, né?! Rainha que não precisou implorar atenção de macho!
3. O conselho de Chad Danforth
Quem lembra em "High School Musical 3" quando o Troy estava mega triste por não ir ao baile com a Gabriella? E qual foi o conselho de Chad (Corbin Bleu)? Dizer que "namoro de colegial não vai pra frente". Não estou pondo em dúvida a amizade dos dois, mas às vezes, é bom seguir o que o nosso coração manda - nem que ele mande você botar um terno e subir em cima de uma árvore.
4. A sexualidade de Ryan
Por diversas vezes ouvi comentários por aí de que o personagem de Ryan Evans (Lucas Grabeel) era "gay enrustido". Isso por conta do seu jeito nada parecido com o dos jogadores de basquete, pelo estilo e jeito para dança. Já ouvi também que, "para não dizer que ele era gay", a Disney tentou arrumar a Kelsi (Olesya Rulin) como sua namorada, "mas não colou". Homossexual ou não, já parou para pensar como todas esses detalhes estão atrelados a um estereótipo de masculinidade criado pela sociedade? Quanto rótulo!