Pilbara Minerals, uma empresa de mineração sediada na Austrália, acaba de ter uma agradável surpresa. Há alguns dias, a empresa divulgou um comunicado informando que seu programa de perfuração do ano 23 a 46,9 metros, confirma "um aumento substancial" dos recursos escondidos na mina de Pilgangoora, um depósito de lítio em rocha dura localizado na região de Pilbara, na Austrália Ocidental.
Podemos citar, por exemplo, os nomes de Greenbushes, Mount Marion, Mount Cattlin e Pilgangoora, que, segundo dados da GlobalData, produziram 302.700 toneladas em 2022. Hoje, a Austrália se destaca mais do que nunca no cenário internacional em termos de extração de lítio. De fato, a descoberta no norte do país de que estamos falando hoje desafia todas as certezas: ninguém havia previsto que o continente-ilha poderia possuir tais recursos. Segundo alguns especialistas, o local de Pilgangoora até se tornou a maior mina de lítio em rocha dura do mundo.
As palavras são muito bonitas, mas os números são melhores. Levando em conta os recursos estimados, o aumento na capacidade de extração de Pilangoora é de 36%. Pode não parecer muito, mas esse número é astronomicamente alto. A empresa estima que, após os últimos trabalhos de prospecção, conseguiu classificar cerca de 82% dos recursos minerais na categoria "medidos e indicados". Isso também é bastante impressionante. Outras perfurações estão planejadas para o próximo ano. Dale Henderson, CEO da Pilbara Minerals, falou extensivamente para expressar seu orgulho ao mundo.
É crucial entender que a mina sobre a qual estamos falando nunca foi comum. Mesmo antes desta descoberta, ela já era considerada uma das mais importantes do mundo. O local de Pilgangoora está situado a cerca de 120 quilômetros de Port Hedland, no Pilbara, uma região rica em recursos da Austrália Ocidental. A planta da Pilbara extrai e processa dois milhões de toneladas de lítio por ano, gerando entre 360.000 e 380.000 toneladas de concentrado de espodumênio (um silicato de alumínio e lítio). A planta também produz concentrado de tantalita.
Conforme a CleanTechnica, a Pilbara Minerals planeja aumentar significativamente sua produção de espodumênio para o ano fiscal de 2023. A empresa australiana estima que a capacidade de produção nominal combinada de todo o projeto Pilgangoora, no futuro, será entre 640.000 e 680.000 toneladas de concentrado por ano.
Temos ainda um dado importante a compartilhar para que você possa entender melhor a situação. O comunicado da Pilbara Minerals inclui uma tabela que resume o cenário global da mineração de rochas de lítio, mostrando uma classificação dos principais projetos em desenvolvimento e exploração. Como você pode ter adivinhado, a instalação de Pilgangoora está no topo da lista devido à recente descoberta feita por seus proprietários. Segundo essa tabela, Pilgangoora destaca-se principalmente em termos de volume total, e não de teor de óxido de lítio (Li2O).
Em segunda posição, encontramos o projeto Manono da AVZ Minerals, localizado na República Democrática do Congo (RDC) e ainda em fase de exploração. Seu volume seria ligeiramente inferior ao de Pilgangoora, embora tenha um nível mais alto de óxido de lítio. Em terceiro lugar, está outra operação australiana já em produção: Greenbushes, apoiada por IGO, Tianqi e Albermarle. Global Data estima que essa mina a céu aberto produziu 155.800 toneladas de lítio apenas no último ano.
Como está no cerne das baterias modernas, o lítio é fundamental para os diversos planos governamentais de "revolução verde". Muitas grandes potências econômicas estão pressionando pelo desenvolvimento de energias renováveis e carros elétricos, dois setores com alta demanda de lítio. Os próprios fabricantes de automóveis entraram no mercado de mineração para garantir seu fornecimento.
A produção mundial de lítio tem crescido rapidamente nos últimos anos (excluindo a pandemia) e esse ritmo acelerado de extração minera levanta questões para muitos cientistas e engenheiros (veja os trabalhos da SYSTEXT, por exemplo). O Fórum Econômico Mundial afirma que "o lítio é essencial para as baterias de veículos elétricos, mas a oferta global está sob pressão devido à crescente demanda". A Agência Internacional de Energia (AIE) alertou que poderíamos enfrentar escassez de lítio já em 2025.