Quando falamos em indústria fashion, quase sempre vem o termo "coleção de moda" em nossas cabeças, não é mesmo? Novas produções são lançadas com temáticas e um público variado em todas as temporadas. Empresária e influenciadora digital, Maitê Miyao é a CEO da marca que carrega seu nome. A empresa, que começou em um camelô no Brás, hoje é uma das principais varejistas do local, com produção que varia entre 16 e 20 mil peças, e faturamento que atinge a casa dos R$700 mil por coleção. A fórmula do sucesso pode parecer tão simples quanto genial: pesquisa.
O Brás é hoje um dos maiores polos têxteis do Brasil. Localizado no centro de São Paulo, o bairro é responsável por abastecer os comerciantes de moda de todos os cantos do país - não surpreendentemente, muitas tendências do street style brasileiro costumam nascer no local. Veja o que ela contou ao Purebreak!
Para criar as coleções, a marca busca referências no Instagram, desfiles de moda, street style gringo e no que as fashionistas e celebridades usam. "A vantagem é que a moda no exterior está sempre uma estação à frente do Brasil, o que permite que antecipemos as produções. Nós trazemos as tendências de fora, arquivamos o máximo de informações e as colocamos na essência da marca", explica Maitê.
Essa forma de fazer moda também ajuda a alinhar as expectativas dos clientes com a produção da marca, já que os fashionistas costumam seguir essa linha de referência na hora de pensar e procurar roupas. "Com o passar do tempo, nossa marca foi também criando um estilo, uma essência. Então, sempre que pesquisamos as tendências, encaixamos as que mais fazem sentido junto ao nosso estilo, tudo isso sem perder a essência da marca, que já conquistou nossos clientes", destaca a empresária.
Entretanto, mais que buscar tendências no exterior, ela destaca a importância da marca ter suas próprias criações para se diferenciar no mercado. Maitê Miyao conta com uma assistente de estilo, que faz toda pesquisa e elabora a coleção junto com a empresária e influenciadora. "Ela faz os desenhos e passamos para os nosso modelista. Depois disso, é hora de fazer as peças-piloto. Com elas aprovadas, partimos para a produção em larga escala", explica a dona da marca.
A produção nacional de roupas, mesmo em um dos maiores polos têxteis do país, tem a dificuldade de conseguir matérias-primas. "Muitos tecidos, principalmente importados, têm atrasado para chegar ao país. Alguns estão até em falta. Por isso, é necessário trabalhar com antecedência para conseguirmos manter um estoque para as próximas coleções. No entanto, esse cenário tem piorado após a pandemia, gerando atrasos e aumentos nos preços nas peças. O planejamento tem sido essencial nesse momento", destaca Maitê Miyao.