Caso você more numa caverna e não saiba, um submarino com cinco tripulantes simplesmente desapareceu no Oceano Atlântico durante uma viagem rumo ao naufrágio do Titanic. Isso aconteceu no dia 18, último domingo, e até hoje (20) ainda não existem notícias sobre o meio de transporte marinho. O suprimento de oxigênio teria a duração total de quatro dias, então o tempo dessas pessoas acaba na quarta-feira (21).
O jornalista David Pogue, que já viajou a bordo do mesmo submarino de turismo que desapareceu no Oceano Atlântico durante uma expedição ao local do naufrágio do Titanic, revelou à BBC que os passageiros do veículo subaquático não têm como escapar sem auxílio externo. Pogue aponta que os viajantes ficam "selados" na cápsula principal por parafusos fixados do lado de fora, removíveis apenas por uma equipe externa.
Pogue destacou sua preocupação com o fato de nenhum dos sete mecanismos de emergência do submarino, provavelmente o Titan da OceanGate, ter funcionado. Segundo o jornalista, esses mecanismos seriam inúteis caso o submarino ficasse preso ou houvesse um vazamento. "Não há backup, não há cápsula de escape", afirmou Pogue, "É chegar à superfície ou morrer".
Com cerca de quatro dias de oxigênio para cinco pessoas, as equipes de resgate estão em uma corrida contra o tempo para encontrar o submarino. A missão é complicada pelo fato de que nem o GPS nem o rádio funcionam embaixo d'água, tornando a comunicação impossível.
Pogue relembrou um incidente durante sua expedição, quando o Titan se perdeu por cerca de três horas. Ele admitiu que, à época, hesitou em embarcar no submarino devido a alguns componentes que lhe pareceram "meio improvisados".
Em comunicado, a OceanGate expressou sua total preocupação com a tripulação do submarino e seus familiares, agradecendo a assistência que vem recebendo de várias agências governamentais e empresas em operações marítimas.
Entre os passageiros a bordo do submarino desaparecido está o bilionário britânico Hamish Harding. O Titanic, cujos destroços estão a cerca de 700 km ao sul de St John's, no Canadá, atingiu um iceberg em 1912, matando mais de 1,5 mil dos 2,2 mil passageiros e tripulantes a bordo.