Como é trabalhar no dia a dia com um bilionário: contado por aqueles que tiveram que sofrer
Publicado em 24 de outubro de 2023 às 10:05
Por Maria Luisa Pimenta
Você já imaginou como deve ser precisar lidar com um bilionário no dia a dia? Algumas pessoas relataram como eram suas experiências com 3 dos homens mais ricos do mundo no ambiente de trabalho.
Saiba como é conviver com alguns dos homens mais ricos do mundo Saiba como é conviver com alguns dos homens mais ricos do mundo© Getty Images
Bill Gates detecta mentiras de longe
Jeff Bezos gosta de fazer reuniões com poucas pessoas
Elon Musk detesta ser contrariado por funcionários
Funcionário conta como eram as reuniões com Jeff Bezos
Veja + após o anúncio

Embora sejam, afinal de contas, humanos, a vida dos milionários não é a de qualquer pessoa, e isso faz com que eles desenvolvam certas habilidades e excentricidades que fazem a diferença. Em muitos casos, essas peculiaridades passam despercebidas pela maioria das pessoas com quem eles lidam pontualmente, mas seus funcionários e colaboradores têm de lidar com elas diariamente. Algumas dessas peculiaridades são gênios, outras... bem, outras nem tanto.

Não tente enganar Bill Gates

Chris Williams conheceu Bill Gates em 1992, quando a Microsoft comprou sua empresa para desenvolver o Access. Com o passar dos anos, Chris se tornou o vice-presidente de recursos humanos da empresa e, por isso, teve que compartilhar muitas entrevistas e reuniões com Bill Gates. Em um de seus podcasts, Williams diz que, depois de mais de 30 anos de trabalho com ele, destacaria duas peculiaridades de Gates: ele não gosta de perder tempo e é um scanner de mentiras.

Depois de comprar a empresa em que Williams trabalhava, Gates quis se reunir com a diretoria da empresa para saber exatamente o que havia comprado. A reunião contou com a presença de Williams como chefe de desenvolvimento, vários desenvolvedores e gerentes de programa, bem como o proprietário da empresa. Após as apresentações iniciais, Gates imediatamente localizou a pessoa com quem estava interessado em conversar e fez uma bateria de perguntas ao engenheiro responsável pela programação. Depois de obter suas respostas, Gates ficou satisfeito com as informações e considerou o investimento bom. A reunião terminou. William conta que, durante o tempo em que trabalhou com Gates, viu-o repetir esse processo centenas de vezes. Ele convocava quem quer que tivesse a informação, obtinha-a e todos podiam voltar ao trabalho.

De acordo com Williams, outra habilidade que ele descobriu sobre Bill Gates nesses briefings foi perceber quando alguém estava inventando respostas. Gates queria saber todos os detalhes sobre o produto que estavam discutindo, por isso podia ser muito incisivo em suas perguntas, e os entrevistados nem sempre tinham a resposta para elas. Aparentemente, Gates conseguia detectar instantaneamente quando alguém estava inventando respostas para sair de um momento de alta pressão, em vez de simplesmente dizer que não sabia, mas que iria descobrir e contar a eles. De acordo com Williams, Gates aprimorou essa habilidade com o tempo. Era tão óbvio que até mesmo ele foi capaz de aprender essa habilidade. "Era difícil estar naqueles escritórios e não aprender algumas dessas habilidades", disse Williams em uma entrevista à Fortune.

A regra das duas pizzas de Bezos nem sempre aplica

Uma das técnicas conhecidas de Jeff Bezos para evitar reuniões improdutivas é não convidar mais pessoas do que você convidaria para comer duas pizzas. Em outras palavras, reuniões com seis a oito pessoas devem ser o mais curtas e produtivas possível. Entretanto, como toda regra, há uma exceção. De acordo com Colin Bryar, ex-vice-presidente da Amazon e chefe de gabinete de Bezos, o terceiro homem mais rico do mundo, ele nem sempre segue suas regras e toda semana realiza uma reunião de quatro horas com seus subordinados diretos, e não importa se a reunião é sobre seu departamento ou não.E m uma entrevista à Insider, Bryar disse que, apesar da obsessão de Bezos com a eficiência das reuniões, seu objetivo com essas reuniões era que os chefes de cada departamento soubessem o que os outros chefes estão fazendo e, em uma crise, pudessem trabalhar juntos como uma equipe. Portanto, mesmo que não haja pizzas envolvidas, o executivo bilionário atinge seu objetivo de tornar as reuniões eficientes, embora a longo prazo.

Quando Musk toma uma decisão, a melhor coisa a fazer é acatá-la

A tortuosa compra do Twitter deixou clara a natureza autoritária de Elon Musk, que não hesita em ridicularizar qualquer funcionário que discorde de alguma de suas decisões. É claro que, depois de discutir qualquer decisão tomada pelo homem mais rico do planeta, esse funcionário é imediatamente demitido. Carl Medlock foi gerente de território da Tesla entre 2009 e 2013. Durante esse período, ele descobriu por si mesmo que era melhor não discutir com Elon Musk quando ele já havia tomado uma decisão.

Em uma entrevista no podcast The Iced Coffee Hour, o ex-funcionário da Tesla disse: "Não discuta com ele. Quando Elon se levanta no final de uma reunião e diz: 'Esta é a direção que vamos seguir', você se levanta da cadeira e é melhor seguir nessa direção". Medlock afirma que, em uma reunião, alguém discordou de Musk e essa foi a última vez que ele viu esse funcionário. De acordo com Medlock, o bilionário pode ser muito divertido com sua família, mas enquanto estava na Tesla, ele nunca viu Musk socializar ou brincar com seus funcionários. Medlock afirmou no podcast que o bilionário não age como uma "celebridade" nas empresas que dirige. "Ele virá falar com você se precisar, mas não o fará por educação".

Palavras-chave
Curiosidade Mundo Internacional