Por Victor Viana
Fora da Caixa: tentei levar uma vida mais saudável e veja no que deu
Fora da Caixa: tentei levar uma vida mais saudável e veja no que deu
Começar algo novo é sempre complicado, né? Fazer isso se tornar um hábito parece ser ainda pior. De qualquer forma, tentei levar uma vida mais saudável - mudando a alimentação e praticando exercícios - e aprendi que sair da nossa zona de conforto não é tão ruim. Tá interessando nesse relato de uma pessoa bem preguiçosa? Então, vem com o Purebreak.

O intuito da coluna "Fora da Caixa" é fazer com que a equipe do Purebreak experimente coisas novas, que estão fora da nossa zona de conforto e depois relatar toda essa experiência. Esse mês eu me propus a levar uma vida mais saudável, cuidando melhor da minha alimentação e praticando alguma atividade física. Afinal, eu faço - ou fazia? - parte do grupo de pessoas muito sedentárias que habita este planeta.

Acontece que, por ser gordo e ter sido uma criança gorda, sempre houve uma uma preocupação muito grande em relação a tudo que eu comia, principalmente dentro de casa. Eu não passei a vida inteira fazendo dieta, mas sempre tinha aquele momento em que eu decidia emagrecer e mudava toda a minha alimentação. Mas a verdade é que de uns seis anos pra cá, a minha alimentação melhorou bastante e, principalmente, legumes e verduras nunca mais deixaram de fazer parte do meu dia a dia.

Ou seja, ir numa nutricionista não foi um verdadeiro desafio. O que me preocupava era a gordofobia. Quem é gordo sabe como alguns profissionais da área da saúde conseguem despertar alguns gatilhos. Fui achando que ia ouvir que precisava emagrecer urgentemente e que teria que perder, sei lá, uns 10kg em um mês ou algo do tipo. Felizmente não foi isso que aconteceu. Encontrei uma pessoa muito bacana, que estava mais preocupada com a minha alimentação do que com o formato do meu corpo. É óbvio que esse é o tipo de mudança que gera um emagrecimento, mas esse não parecia ser o objetivo dela e nem o meu.

Então, qual foi o meu real desafio? É agora que começa a música triste (brincadeira). Praticar qualquer atividade física nunca foi o meu tipo de programa favorito. Na adolescência, quando inventava de fazer dieta, fazia algumas caminhadas mas isso nunca se tornou um hábito. Na escola eu costumava a jogar vôlei, porém, nunca me esforçava o suficiente. Ou seja, não tenho nenhuma familiaridade com qualquer tipo de esporte ou atividade. Prefiro muito mais maratonar uma série (risos).

Sem saber o que eu realmente gosto, decidi malhar em uma academia perto de casa. Era o prático e o que parecia mais "fácil". Afinal, qual é a dificuldade de ir lá, fazer a série criada pelo instrutor e depois voltar pra casa? Era o plano simples e ideal. Bom, com o tempo eu fui percebendo que não era tão tranquilo assim, pelo menos pra mim.

Agora eu vou precisar falar sobre gordofobia outra vez porque esse é um assunto que acaba surgindo no meio disso tudo. Quando você é gordo, as pessoas presumem que você está insatisfeito com o seu corpo. Afinal, como ser feliz sem ser magro e estar dentro do padrão? Pois é, para algumas pessoas não existe essa possibilidade. Não vou dizer pra vocês que eu estou 100% satisfeito com o meu corpo, já que passei anos ouvindo que não deveria estar, mas nunca quis passar essa ideia para as pessoas.

Sempre achei que entrar numa academia iria passar essa imagem de que estava infeliz, louco para emagrecer e se encaixar no padrão de beleza. Mesmo que essa fosse a realidade de 10 anos atrás, nunca quis me mostrar vulnerável dessa forma. Fora o fato de estar rodeado por várias pessoas que parecem ter saído diretamente do Instagram com os seus corpos super definidos. Ou seja, academia é um gatilho pra mim. Mas eu precisava escrever esse texto, né?

Os dias foram passando e eu sempre inventava alguma desculpa para não ir. E aqui eu estou falando de ir até a academia para perguntar sobre preço e horário. Pois é, eu nem conseguia me matricular. Mesmo com esse receio, eu ainda sentia a vontade de procurar alguma atividade que me agradasse. Não só por conta do "Fora da Caixa", mas porque a vontade de criar um hábito saudável era verdadeira.

Eu passei muitos anos sem ir à praia ou frequentar piscinas, porém, essa questão foi resolvida em 2018 - recente, né? -, depois de uma viagem para Arraial do Cabo, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. Mas isso é papo para um "Desculpa o Textão". Depois dessa "redescoberta", eu percebi que amo nadar e aí que veio a ideia de fazer natação. É um lugar onde as pessoas estão buscando algum tipo de mudança e o meu corpo vai estar quase todo à mostra? Sim. Contudo, a ideia de nadar depois de um dia muito cansativo me parecia bem agradável.

Finalmente achei o que queria fazer e depois disso tudo não precisava de mais nenhum obstáculo, né? Encontrei um lugar perto do trabalho, não muito grande, com profissionais bacanas e com um custo que cabia no meu bolso. Queria terminar esse texto dizendo que já estou há um mês fazendo as aulas, que minha vida melhorou e que me sinto muito mais disposto. Bom, isso é só 20% verdade porque até o fechamento desta matéria eu fiz apenas duas aulas.

Parece meio patético escrever um texto motivacional com esse pouquíssimo tempo de experiência e talvez seja mesmo. Eu realmente não posso dizer que já estou levando uma vida saudável e que minha rotina é outra. No entanto, posso confirmar que saí totalmente da minha zona de conforto. Esse não é um texto sobre um novo hábito que adquiri. Estou falando sobre a oportunidade que eu me dei ao tentar fazer algo novo. Tá parecendo autoajuda, né? Então talvez as pessoas que escrevam esses livros estejam certas.

Se você puder fazer algo, principalmente se for por você mesmo, faça. Não fique pensando muito e nem criando impedimentos. Agora eu só consigo pensar na quantidade de tempo que eu perdi deixando de fazer algo que me faz bem. Sair da zona de conforto é muito complicado e parece ser a coisa mais difícil do mundo. Porém, depois que a gente atravessa esse "espaço", não existe vontade nenhuma de voltar. Confie mais em você e vá atrás daquilo que te faz bem.

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