A representação de gênero em videogames tem se tornado uma pauta bem forte nas discussões atuais da internet. Claro que isso colide com diversas questões feministas, que comentamos até mesmo quando rolou o escândalo do Gamergater em 2014. Mas nesta quinta-feira (09) o site da Time divulgou uma pesquisa mostrando que os meninos gamers estão mais do lado do sexo feminino nessa luta do que elas pensam.
Por um bom tempo as mulheres foram sempre a mocinha da história. Quando existiam super-heroínas nos HQs, não passavam reflexos de um personagem principal masculino - Batman e Batgirl - funcionando como um par complementar e não como a salvadora do mundo. Mas os tempos vão mudando, felizmente, a sociedade vai pensando de novas formas e os jovens sentiram que isso não era legal. Sentiram que faltava espaço para mais mulheres fortes na ficção, seja de games, filmes, animes, HQs etc.
E isso pode ser visto no estudo feito pela educadora americana Rosalind Wiseman. Ao observar a reação negativa de seus alunos em relação a propaganda do jogo "Game Of War", a pesquisadora quis entender como um comercial estrelado pela beleza de Kate Upton poderia desagradar tanto os meninos. De uma forma geral, a repulsa dos meninos tinha a ver com a posição passiva da modelo nas cenas. Ela não lutava, não encarava inimigos. Apenas desfilava em seu cavalo com uma roupa sensual. Assim, Rosalind foi percebendo que ele querem, SIM, ver as mulheres poderosas e detonando tudo.
Mais de 1.400 estudantes de ensino fundamental e médio dos Estados Unidos foram entrevistados em 2014. Nos resultados, a maioria considerou que as mulheres ainda são objetificadas dentro dos games. Quanto a ver mais protagonistas do sexo feminino nas franquias, isso parece ser bem aceitável já que 78% dos meninos disseram que o gênero do personagem não é importante e, logo depois, 55% disse que sente vontade de ver mais mulheres ocupando o papel principal.
Não é de se admirar que jogos em que o poder feminino está bombando estejam fazendo bastante sucesso. Pelas informações da pesquisa, colocar uma protagonista em "Assassin's Creed: Syndicate" foi a melhor decisão da Ubisoft para renovar a série.