Menino veste azul e menina veste rosa? Entenda o caso da ministra Damares Alves

Nesta quinta-feira (3), um vídeo de Damares Alves viralizou na internet. Para quem não sabe, ela é a nova ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, nomeada recentemente no governo de Jair Bolsonaro. Filmado em um momento particular, a advogada e pastora evangélica aparece falando que uma nova era está prestes a começar no Brasil e que "menino veste azul e menina veste rosa".

Por que celebrar a ideologia de gênero do "menino veste azul e menina veste rosa"? A pastora mais parece estar num estádio de futebol comemorando um gol. Direitos humanos não tem ideologia, tem a seriedade de quem protege vidas +vídeo Ministra Damares pic.twitter.com/fLcr8aXIZP

- Debora Diniz (@Debora_D_Diniz) 3 de janeiro de 2019

É fácil achar o vídeo engraçado logo de cara, já que é meio louco imaginar porque uma ministra, que irá pensar sobre Direitos Humanos no Brasil, está tão preocupada com o que crianças irão vestir. A verdade é que esse comentário faz alusão a tal ideologia de gênero, um dos maiores inimigos de Bolsonaro. Enquanto estudiosos dizem que o gênero (masculino ou feminino) é uma construção social - ou seja, que é formada ao longo do tempo -, outras pessoas preferem acreditar que isso não existe.

Enquanto a comunidade LGBT, principalmente as transexuais, se empenham em trazer uma nova discussão sobre gênero e mostrar que existe a possibilidade de não se identificar com o seu gênero de nascença, Bolsonaro acredita que isso, de alguma forma, fere o orgulho da família tradicional brasileira. Enquanto isso, a ministra escolhida por ele, faz questão de dizer que "menino veste azul e menina veste rosa", fazendo referência a um certo tipo de padrão imposto há décadas e confirmando que não existe a possibilidade transição entre os gênero. Ou seja, que as coisas são o que são.

Além disso, concordar que "menino veste azul e menina veste rosa" também é afirmar que existe coisas que são apenas para meninos e outras apenas para meninas - Porém, nós já não tínhamos passado dessa fase? O momento é bastante delicado e pode atrasar muitas discussões que já estavam em andamento dentro do movimento LGBT. Mas, tem uma galera da internet que não está levando muito a sério as palavras de Damares Alves e, na verdade, resolveu confrontá-la: