Negócio do streaming está quebrado: Netflix, Amazon e Hollywood não conseguem achar solução para fracasso dos lucros
Publicado em 15 de agosto de 2023 às 19:20
Por Maria Luisa Pimenta
Os serviços de streaming são super populares hoje em dia. Porém, as empresas estão passando por um momento conturbado e precisam se reinventar para manter os lucros.
Serviços de streaming estão passando por momento difícil Serviços de streaming estão passando por momento difícil© Getty Images
Os serviços de streaming se tornaram mais populares
As empresas de streaming estão precisando se reinventar para manter seus lucros
Os serviços de streaming podem estar quebrados
Empresas de streaming estão passando por momento complicado
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As coisas não estão indo bem. Não se trata apenas da Netflix . Nem do Prime Video. Nem da HBO ou da Disney+. Todas as principais empresas do mundo de streaming estão em baixa, em uma queda histórica nos lucros que está questionando até mesmo o próprio modelo de negócios.

"É como se todo o sistema tivesse quebrado"

Essa é a conclusão a que chegou Hollywood. De acordo com a Vulture, o setor de streaming está passando pelo pior momento de sua história e está condicionando a própria indústria audiovisual. De acordo com a Bloomberg, os lucros das grandes empresas de streaming caíram 90% desde a última década. Se em 2013 as grandes empresas tiveram lucros de cerca de 23,4 bilhões de dólares, agora o lucro combinado é de apenas 2,6 bilhões de dólares.

Deve-se observar que a Warner Bros. Discovery tem perdas multimilionárias. Porém, mesmo deixando-a de fora, a Netflix, a Disney e a Paramount juntas não chegam a 10 bilhões de dólares em lucros. Elas ainda são empresas lucrativas, mas estão longe do impacto que tiveram há uma década.

Séries multimilionárias que fracassam

O caso mais representativo é o de "Citadel", da Amazon. A segunda série mais cara da história (atrás de "O Senhor dos Anéis - Os Anéis De Poder") foi um fracasso. Uma série para a qual foram gastos mais de 250 milhões de dólares e que nem sequer alcançou o top 10. Isso deixou o Prime Video em uma situação difícil, já que outras séries, como "Daisy Jones & The Six", "Inseparable" ou "Periféricos", com orçamentos de mais de 100 milhões de dólares, também não conseguiram atingir um público suficiente.

Netflix, Amazon e HBO já estão fazendo mudanças

A guerra do streaming está passando por tempos turbulentos e os primeiros a perceber isso são eles mesmos. Em 2023, vimos que grandes mudanças já estão sendo feitas para tentar alterar a dinâmica. A HBO mudou seu nome para Max. O CEO da Amazon solicitou um relatório sobre o motivo pelo qual seu investimento de US$ 7 bilhões em séries originais não está valendo a pena, a Disney também está fazendo cortes radicais e a Netflix no Canadá optou por eliminar seu plano mais barato, o plano básico com anúncios.

Aumentos de tarifas para compensar

A medida do Canadá é um sinal de alerta, pois em breve poderá ser estendida a outros países. A ideia da Netflix é manter apenas os planos mais lucrativos. Por um lado, o plano de anúncios de 5,49 euros por mês e, por outro, o plano de 12,99 euros por mês.

Eles comparam o negócio de streaming à bolha das criptomoedas

O diretor vencedor do Oscar Steven Soderbergh, que ganhou o Oscar por "Traffic", chegou a comparar o negócio de streaming com as criptomoedas: "É absolutamente concebível que o modelo de assinatura de streaming seja a criptografia do negócio de entretenimento". O diretor critica o fato de Hollywood ter tido que se reinventar para se adaptar ao modelo digital, mas não receber nem mesmo uma pequena parte dos lucros. Os lucros agora estão caindo para todos, e ninguém sabe ao certo qual será a solução para o futuro.

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