Na última segunda-feira (14), o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou as possíveis mudanças que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deve adotar nos próximos anos. A proposta já tinha sido analisada em dezembro e leva em conta a base do Novo Ensino Médio, que começa a valer neste ano e altera grades escolares e obrigatoriedade de disciplinas.
De acordo com o G1, o novo modelo do Enem deve começar a ser aplicado em 2024, que é a data prevista para que o Novo Ensino Médio esteja completamente implementado nas escolas do Brasil. Entenda o que muda na prova!
Atualmente, as questões e fases do Enem são iguais para todos os estudantes, independente da área escolhida. Em um domingo, são aplicadas 45 questões de linguagens, 45 perguntas de ciências humanas e redação. Na semana seguinte, temos 45 de ciência da natureza e 45 de matemática.
Isso, porém, será alterado, já que no Novo Ensino Médio, os estudantes poderão escolher áreas que desejam se profissionalizar. Portanto, algumas disciplinas não serão vistas com a mesma profundidade por todos os alunos.
Assim, a partir de 2024 - de acordo com previsão inicial do governo - o Enem ficará dividido em duas etapas. No primeiro dia de prova, serão questões interdisciplinares, com base em raciocínio lógico, "saindo do foco conteudista", de acordo com o G1. Ainda não foi anunciado o número de perguntas durante essa fase.
Já no segundo dia, as perguntas serão referentes à área de ensino escolhida pelo estudante. Serão quatro opções:
- Linguagens, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas;
- Matemática, Ciências da Natureza e suas Tecnologias;
- Matemática, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; e
- Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Hoje o Enem conta apenas com questões múltipla escolha, para além da redação. A proposta é que perguntas discursivas, em que o estudante deve justificar sua resposta e desenvolver o argumento, serão incluídas no Enem. Também ainda não foi divulgado o número exato de perguntas discursivas.
Como é um novo modelo, será preciso alterar o esquema de avaliação também. Profissionais do CNE, consultados pelo G1, afirmam que provavelmente haverá um sistema de inteligência artificial, para permitir que as questões discursivas sejam avaliadas dentro do prazo.
Vale lembrar que, diferente de outros exames que possuem perguntas do tipo, o Enem é feito por milhões de estudantes, em todo o país.