O Pantanal está pegando fogo. Essa, talvez, seja a maneira mais simples de explicar o que acontece na vegetação extensa que se localiza entre o sul de Mato Grosso e o noroeste do Mato Grosso do Sul, aqui no Brasil. Desde o início de 2020 que o bioma se encontra nessa situação, que piorou no último mês. Ao todo, cerca de 2,3 milhões de hectares da região já foram prejudicados por conta das queimadas, o que equivale a mais de 15% de toda a extensão da mata, de acordo com Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número também representa 15 vezes a área da capital paulista. Ou seja, tenso.
A verdade é que incêndios na região do Pantanal não são algo tão incomum. Em épocas de seca, por conta do clima quente, da vegetação e dos ventos, é "normal" que o fogo se alastra. Mas, o que está causando esse fogo? Recentemente, o Governo do Mato Grosso divulgou o resultado da perícia que fez em cinco pontos da região e comprovou que os danos foram causados por ação humana.
De acordo com Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman-MT), o incêndio provocado na Reserva Particular do Patrimônio Natural Sesc Pantanal (RPPN), por exemplo, foi causado com o objetivo de abrir espaço de pasto para gado. Não é de hoje que o agronegócio se expande no local, destruindo não só a vegetação, como causando a a expulsão de animais de diferentes espécies, indígenas, quilombolas e outros povos nativos do habitat.
Segundo as informações divulgadas pelo Instituto Centro de Vida (ICV), no primeiro semestre de 2020, as queimadas aumentaram 530% em relação a 2019. Além disso, desde janeiro ao início de setembro, mais de 12 mil focos de calor foram registrados. Esse é o maior número desde 1998. Ou seja, a situação é muito preocupante. Para piorar, Jair Bolsonaro, o presidente do país, e Ricardo Salles, nosso atual ministro do Meio Ambiente, parecem ignorar o que está acontecendo.
Felizmente, o Pantanal tem contado com a ajuda de voluntários, bombeiros, militares e servidores federais para conter o problema. Mas, pode não ser suficiente. Até quando vamos permitir que o nosso Brasil seja destruído?