Imagine isto: você está assistindo ao seu programa favorito, emocionade quando os personagens queridinhos e do mesmo sexo esbanjam química, mas no final eles assumem uma relação heteronormativa com outras pessoas? Bem, a gente sente em te contar que você está sendo uma vítima de queerbaiting.
Recentemente, alguns fãs de "Stranger Things" ficaram bem incomodados com o fato da série não definir a sexualidade de Will, mesmo dando tantos indícios pela terceira temporada de que ele tem sentimentos por Mike. A partir daí, internautas começaram a acusar a Netflix e criadores da produção de usar um membro do grupo queer como isca pela audiência.
Nesse Mês do Orgulho, o Purebreak te conta agora o que é essa expressão e por que ela é prejudicial à comunidade LGBTQIAP+.
Mas o que é um queerbaiting? O termo se refere a autores, escritores ou showrunners tentando atrair o público, dando indícios de que alguém é queer. Para lucrar em cima do tema, eles criam conteúdos para manter o interesse da comunidade LGBTQIAP+, sem que eles precisem ser realmente representados.
Urban Dictionary define queerbaiting sucintamente como: "Quando um autor/diretor dá dicas e reviravoltas inteligentes para pintar um personagem como possivelmente queer, para satisfazer o público queer, mas nunca diz abertamente que é para manter seu público heterossexual".
No entanto, também define outro tipo de queerbaiting como: "Quando um político, especialista ou outra figura pública traz à tona detalhes completamente irrelevantes sobre a sexualidade de uma pessoa, verdadeira ou falsa, como uma forma de canalizar sutilmente a homofobia para atacá-la".
Por isso, não confunda! O queerbaiting é uma forma de velar a comunidade nas produções. Ou seja, só para ficar claro, estamos falando do primeiro absurdo e não do último!
Em 2014, o TV Guide argumentou que "Supernatural" apresentou queerbaiting. De acordo com o artigo, os produtores da série, sem dúvida, "lucraram com Destiel" [personagens Dean e Castiel] e "encorajaram a ambiguidade na sexualidade de Dean". "À medida que o relacionamento de Cas e Dean ganhou mais importância na série nas temporadas 8 e 9, as classificações aumentaram", apontou.
"Riverdale" é um dos dramas adolescentes mais populares da história recente. De seu elenco talentoso à suas tramas empolgantes, ele é um dos programas mais viciantes da televisão no momento. No entanto, a série é culpada de sexualizar excessivamente seus personagens adolescentes e tem um histórico de queerbaiting. Pelo capítulo 50, Archie e Joaquin se beijaram, mas o ato entre eles foi apenas uma metáfora elaborada para contextualizar uma traição, em vez de um momento LGBTQ+ significativo. Na primeira temporada, es espectadores reclamaram que o programa usou uma cena de Betty e Veronica se beijando em um trailer. Dessa forma, ver a série repetindo o erro é decepcionante.
Embora a representação LGBTQ+ na tela esteja melhorando ano a ano, ainda há um longo caminho a percorrer antes que pessoas queer sejam vistas na TV e no cinema em todas as diversas formas. Com isso em mente, é importante que quando shows e cinema tocam essa narrativa, eles as tratem com cuidado e respeito. Usá-los apenas para atrair fãs e não desenvolvê-los não é bom!