O spin-off de "Game of Thrones", "A Casa do Dragão", não deverá retratar cenas de abuso sexual da mesma forma que o título original que deu origem ao derivado fez. Após "GoT" ter sido alvo de grandes críticas pela forma como abordou violência na série e também pelo modo como tratou suas personagens femininas, as mentes por trás do spin-off decidiram não cometer o mesmo erro e optaram por dar uma outra abordagem à violência sofrida pelas mulheres naquela realidade.
A roteirista e produtora executiva Sara Hess revelou em entrevista à Vanity Fair, divulgada na última terça-feira (02), que ela e sua equipe não retratarão violência sexual na série. "Lidamos com uma instância fora da tela e, ao invés disso, mostramos as consequências e o impacto na vítima e na mãe do agressor", explicou. Hess segue dizendo: "Eu acho que o que o nosso seriado faz, e eu me orgulho disso, é escolher focar na violência contra as mulheres que é inerente ao sistema patriarcal".
"Há vários programas 'históricos' ou inspirados em eventos históricos que romantizam homens poderosos em relações sexuais ou no casamento com mulheres que na verdade não tinham idade para consentir, mesmo que estivessem 'dispostas'. Nós colocamos isso na tela e não nos escondemos do fato de que nossas protagonistas femininas na primeira metade da série são coagidas e manipuladas a fazerem as vontades de homens adultos", conta a produtora executiva.
"Isso isso é feito não necessariamente por aqueles que definimos como estupradores ou abusadores, mas constantemente por homens com boas intenções que não conseguem ver que o que estão fazendo é traumático e opressivo, porque o sistema em que eles vivem normaliza isso. É menos óbvio do que estupro, mas tão traiçoeiro quanto, só que de uma forma diferente", finaliza.
"A Casa do Dragão" estreia no dia 21 de agosto no HBO Max.