"As pessoas resistem ao diferente", afirma Glória Perez sobre debate de gênero em "A Força do Querer". As novelas, séries, minisséries, são, sem sombra de dúvidas, um dos principais produtos da dramaturgia e da cultura do nosso país. Então, a responsabilidade social é gigante por transmitir ao público um meio de formação cultural. Por conta disso, não podemos ignorar a importância das tramas e os seus assuntos abordados.
Em "A Força do Querer ", a autora traz à tona histórias emocionantes de personagens LGBTs e discussões sobre os diferentes tipos de gêneros. As cenas da Ivana (Carol Duarte) estão cada vez mais emocionantes agora que ela está se descobrindo e passando por uma profunda transformação. Além do Nonato, papel interpretado pelo ator Silvero Pereira, que também representa um mergulho no mundo transsexual. As história dos dois personagens estão se juntando cada vez mais nas cenas exibidas pela Globo . Pensando nisso, vamos relembrar outras narrativas marcantes que também apresentaram em seu núcleo a diversidade sexual.
1 - Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller) da novela "Em Família "
Apesar de casais homossexuais ainda serem alvo de muito preconceito, o casal lésbico foi representado com bastante sutileza e marcou mais um dos avanços na representatividade LGBT+ na ficção do nosso país.
2 - Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) da novela "Amor à Vida"
O casal gay que conquistou a maioria dos telespectadores e representou um momento inédito na televisão brasileira: o tão esperado primeiro beijo entre homens exibido na Globo.
3 - Júnior (Bruno Gagliasso ) e Zeca (Erom Cordeiro) na novela "América"
O casal viveu um romance gay que acabou em polêmica. Os dois iam protagonizar o primeiro beijo gay da história da novela das oito, mas a cena foi cortada. E se pararmos para pensar, nem faz tanto tempo assim que a trama foi exibida. No entanto, o assunto ainda era (e continua sendo) bem delicado. Por isso, o medo da reação do público ao transmitir.
4 - Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathalia Timberg) em "Babilônia"
"De repente, o que ninguém esperava aconteceu: Teresa e Estela trocaram um beijo. Minha mãe e eu começamos a gritar na frente da televisão de tanta felicidade. Era uma felicidade quase clandestina, pois minha avó ficou em silêncio. Aquele silêncio me marcou para sempre, porque ele dizia muito. Três gerações que enxergavam a questão da homossexualidade de maneiras completamente diferentes. O silêncio de uma contrastava com os gritos de outra. A internet, é claro, veio abaixo com a cena desse beijo. Ninguém sabia nem por onde começar a analisar. O que havia sido mais ousado afinal de contas? Duas damas da televisão se beijando em rede nacional? O beijo ter acontecido no primeiro capítulo?", declarou a colunista do site "Valkirias". Precisa dizer mais alguma coisa, gente?
Aos 68 anos, a autora Glória Perez se orgulha de propor tabus em suas produções, sem levantar bandeira. "Levantar bandeira, que eu digo, é tratar do assunto através de discursos das personagens em prol da causa. Nunca fiz isso em nenhuma das minhas campanhas: penso que a melhor maneira de defender uma causa é mostrar a situação vivida. Buscar a dimensão do humano", explicou durante entrevista. E convenhamos, não tem nada mais humano do que as diferenças, né?