Aviso: esta matéria contém alguns spoilers de "Matrix: Resurrections"
É quase unanimidade entre es fãs de "Matrix" que a trilogia fez uma curva decrescente ao longo dos três filmes principais, mantendo o primeiro como o melhor título da saga. Mas, as coisas vão ficar um pouco diferentes com a estreia de "Matrix: Resurrections". Lançado mais de 20 anos depois do longa original, a nova aposta da Warner Bros. conta com mudanças em conceitos essenciais da saga, assim como em personagens principais e no eixo emocional da trama, o que pode desagradar alguns fãs. O Purebreak é do time que amou o filme. Porém, veja 5 provas de que o 4º volume da saga será bem polêmico.
Uma das coisas mais interessantes e polêmicas trazidas pelo novo "Matrix" é o fato da dualidade ser posta em xeque a todo o momento. Se só podemos decidir entre duas únicas opções, será que somos realmente livres? Esse questionamento acompanha todo "Matrix: Resurrections" e um dos seus ápices é o fato dos próprios vilões não serem mais a personificação do mal.
Assim, no 4º título da saga, algumas máquinas, que desde o início da franquia eram vistas como unicamente perversas e destruidoras, agora fazem parte da equipe de Neo (Keanu Reeves). Isso serviu para mostrar que, realmente, o mundo é muito mais cinza do que simplesmente preto e branco, adicionando mais complexidade aos seres de inteligência artificial. Mesmo assim, alguns fãs podem ficar com um pé atrás por essa inversão de papéis.
Outro ponto crucial em que essa dualidade é questionada diz respeito ao Agente Smith, interpretado por Jonathan Groff neste título inédito. Na trilogia clássica o personagem é um dos grandes vilões da história. Mas, em "Matrix 4", há uma reinvenção dele que pode agradar, ou não, o público. Em um dado momento do filme, ele chega a se aliar à Neo pelo fato dos dois terem um objetivo em comum contra o novo Arquiteto da simulação, vivido por Neil Patrick Harris. Na verdade, Smith mantém sua essência, já que ele sempre agiu por suas próprias motivações. Só que ver isso levá-lo a tomar o lado do herói pode ser bem polêmico.
Se os três primeiros filmes foram bem focados em Neo e sua jornada como o Escolhido, "Matrix: Resurrections" vem para mostrar que ele não é o único personagem essencial à história. Neste quesito, destaca-se Trinity (Carrie-Anne Moss). Mesmo que só venha a ganhar destaque a partir do segundo para o terceiro ato do longa, a protagonista feminina é o grande coração do mais recente título da franquia. Ela é o motivo de Neo seguir com seu plano e a ligação entre os dois é uma peça-chave da obra inédita.
Também pegará es fãs de surpresa o retorno de alguns personagens principais da saga original. Só que parte do fandom de "Matrix" poderá se sentir traída ao ver que algumas características mais marcantes dos protagonistas foram alteradas para contar essa nova história. É um pouco parecido com o que ocorre com Luke Skywalker (Mark Hamill) em "Star Wars: Os Últimos Jedi", mas tudo se explica devido ao grande espaço de tempo entre os filmes e tudo que aconteceu com eles nesse intervalo.
Porém, o ponto que mais vai dividir es fãs de "Matrix" é em relação à necessidade de existir a nova obra. A trilogia original é tão bem pensada para ser divida em três volumes, com início, meio e fim, que realmente é intrigante pensar no motivo para um 4º título vir a ser lançado. É uma questão bem similar ao que aconteceu durante o lançamento de "Toy Story 4", e acreditamos que terão bons argumentos dos dois lados.
Para saber se "Matrix: Resurrection" realmente vale a pena, assista ao filme que estreia nesta quarta-feira (22) nos cinemas.