Quando o spin-off "MIB: Homens de Preto Internacional" foi anunciado, a primeira questão levantada foi a necessidade de retornar com uma franquia que, até que se provasse o contrário, não tinha nada de novo a oferecer. O primeiro filme não tinha nada de espetacular, mas inseria o espectador naquele universo da misteriosa agência secreta que protege a Terra dos perigos desconhecidos do universo. Além disso, também trazia uma abordagem cômica sobre a temática alienígena, principalmente numa época em que filmes como "Alien: O Oitavo Passageiro", "Independence Day" e "Predador" eram as principais referências.
Então "MIB: Internacional" já começa com o desafio de se provar necessário e para isso aposta no carisma e na sintonia de Chris Hemsworth e Tessa Thompson, dupla que funcionou muito bem em "Thor: Ragnarok". A direção fica por conta de F. Gary Grey, que dirigiu o último "Velozes & Furiosos" lançado até então.
O enredo traz Molly (Tessa Thompson) aos 12 anos vendo seus pais serem neuralizados por agentes da MIB após uma súbita aparição de um extra-terrestre. Como estava escondida, ela não teve sua memória apagada pelo neuralizador. A partir disso a vida da protagonista muda para sempre e ela fica cada vez mais curiosa com os mistérios do universo, crescendo com a vontade de ser uma agente da MIB. Já adulta, Molly finalmente consegue realizar seu sonho e numa missão conhece o Agente H (Chris Hemsworth), que é visto como melhor da base de Londres graças às suas façanhas no passado.
"MIB: Homens de Preto Internacional" acerta naquilo que é a sua característica mais intrínseca: o humor. E isso se deve à dupla formada por Chris Hemsworth e Tessa Thompson, que como esperado, funciona bem dentro de uma trama vazia e previsível. Por mais que aposte no elemento de buddy cop, assim como o primeiro e o segundo longa, este traz uma veia cômica mais bobalhona que funciona muito bem graças aos carismas dos protagonistas. Somada isso, temos a entrada de Kumail Nanjiani na pele do pequeno alienígena Pawny, que se integra muito bem a este núcleo dos agentes M e H.
Os demais personagens pouco acrescentam e a própria Emma Thompson mal tem 10 minutos de cena. Porém, no pouco tempo que aparece faz uma provocação sobre o nome da organização secreta ser "Homens de Preto", quando desde o princípio, eles sempre tiveram mulheres fazendo parte.
Ao final do filme, "MIB: Homens de Preto Internacional" não consegue justificar a retomada dessa franquia por causa da falta de consistência do enredo. Mas ao menos mostra que pode sobreviver sem Will Smith e Tommy Lee Jones, e que existe um bom potencial para ser explorado, graças à performance de seus protagonistas.
"MIB: Homens de Preto Internacional" está em cartaz nos cinemas de todo o país.