"Pantanal" abordou um tema bastante polêmico no capítulo que foi ao ar na Globo na última segunda-feira (04). Zaquieu (Silvero Pereira) foi vítima de homofobia e, por conta disso, decidiu ir embora da região. O jovem, que havia escolhido deixar o Rio de Janeiro para tentar uma vida melhor na terra de José Leôncio (Marcos Palmeira), acabou se decepcionando com o que encontrou e se despediu de todes com uma carta comovente que deixou o público emocionado.
Depois de se sentir extremamente deslocado na fazenda de José Leôncio, Zaquieu decide tomar um tempo para pensar em um lugar isolado. Mas, enquanto reflete em voz alta sobre sua trajetória e a falta do sentimento de pertencimento ao local, é perturbado por Tadeu (José Loreto) e mais um peão.
Eles chegam chamando o jovem de esquisitinho e humilham Zaquieu, provocando o rapaz com comentários nada legais até fazerem ele ir embora. Implicar com qualquer pessoa pelo modo como ela se expressa, pelos seus jeitos, ou por sua orientação sexual é uma forma de preconceito. Usar do fato do forasteiro ser gay e ter modos de falar ou se vestir diferentes para zoar com a cara dele é um ato de homofobia explícito.
O personagem de Silvero Pereira, então, percebe que seu lugar não é ali e decide deixar o Pantanal para trás. Antes de ir embora, Zaquieu entrega um bilhete para Mariana (Selma Egrei). "Esse lugar é maravilhoso de fato, mas eu não posso dizer que foi um paraíso para mim. Eu esperava enfrentar alguma resistência, mas confesso que não esperava causar tamanho desconforto pelo simples fato de ser quem eu sou", disse na carta.
"Não falo exclusivamente da forma rude como o senhor José Leôncio falou comigo, ou da relação possessiva da dona Filomena (Dira Paes) com aquele fogão. Mas tem certas piadas que eu jurei para mim mesmo que não iria mais tolerar. Pode soar repentino, mas não exagerado que eu, enquanto ser humano, exija ser tratado com o mínimo de dignidade e decência, o que não foi por todos nessa fazenda - e nem tenho esperanças de ser", explicou, sem entregar quem foram os peões que agiram de forma homofóbica com ele.
Ao ouvir Mariana ler a carta, Zé Leôncio questiona a seriedade da situação até entender o que, de fato, é homofobia. Não é piada, não é frescura. É crime. Ao ficar mais por dentro de tudo isso, o pai de Jove (Jesuíta Barbosa) repreende seus peões pelo que fizeram e ameaça colocar para fora da fazenda quem quer que haja da mesma forma no futuro.
Dando uma grande lição nos seus subordinados - incluindo no próprio filho -, Zé Leôncio explica o que aprendeu e repreende o comportamento homofóbico deles. "É bom o povo se acostumar. Isso que vocês fizeram tem nome e não é piada não. É homofobia. E é crime."
"E já que nós estamos tudo aqui reunido, quero que vocês saibam que, de hoje em diante, quem fizer pouco caso de alguém, seja pelo motivo que for, pode juntar suas tralhas de arreio e ir simbora daqui. Acabou essa história". "Mesmo se for um filho do senhor?", questiona Tadeu". "A começar por eles, Tadeu, que é para dar o exemplo", finalizou.