Uma cena bastante polêmica marcou a versão original de "Pantanal", transmitida pela primeira vez na TV Manchete em 1990. Na história, o personagem Alcides, interpretado por Angelo Antonio, tem um caso com Maria Bruaca e acaba tendo seu órgão genital decepado por Tenório, marido dela. No remake da trama, agora na TV Globo, o ator que poderá protagonizar esse momento é Juliano Cazarré.
Nesta quarta-feira (23), parte do elenco de "Pantanal" se reuniu em coletiva de imprensa para falar um pouco mais sobre a adaptação da novela que estreia na segunda-feira (28), se tornando sucessora de "Um Lugar ao Sol".
"Estou curioso para saber se vai acontecer. Já li até o capítulo 150 e ainda não veio o capítulo da castração, mas também estou curioso. Pelo que já saiu [na imprensa], essa cena vai acontecer, sim, mas ainda não gravei", contou Juliano Cazarré. Além do envolvimento com a mulher de Tenório, o peão também vai se apaixonar por Guta, que é filha de seu patrão.
Mas quem será o temido Tenório no remake de "Pantanal"? O artista escalado foi Murilo Benício. No bate-papo, o ator deu detalhes da personalidade do personagem e disse que não teme ser "cancelado" pelo público por conta das possíveis atrocidades que virá a cometer na trama. Machista, ele maltrata a própria mulher e também tem outra família.
"É uma pessoa que vem de uma realidade muito dura. Um sobrevivente. Mas se tornou uma pessoa bruta, com valores questionáveis. Pensa em mais nada além de sobreviver. E as coisas que ele faz para alcançar seus objetivos são irreais. Diria que ele é um cara com valores completamente deturpados, de um caráter que muda conforme a situação. Um cara muito bronco, que não teve um pai ou uma mãe", explica Murilo.
Por "Pantanal" também poderemos matar as saudades do talento de Silvero Pereira. No folhetim, ele vem como o mordomo Zaquieu, que trabalha diretamente para a família Novais. No original, o personagem gay aparecia como uma espécie de alívio cômico. No entanto, o ator adianta que a homossexualidade não será usada como piada no remake.
"O importante é entender que não dá para tratar como alívio cômico. Isso seria um desserviço na sociedade em que a gente vive hoje. O Zaquieu da primeira versão fez bastante sucesso pelo lugar do cômico e a gente não vai perder isso. A novela trouxe isso e é muito importante para o personagem. Também estou curtindo bastante porque não tenho feito muita coisa de comédia no audiovisual, então tem sido especial para mim. Mas esse outro tom faz com que o personagem fique muito mais carinhoso, muito mais afetivo", disse.