As grandes empresas de tecnologia estão em um terrível caos trabalhista e financeiro há meses, enfrentando um severo ajuste da força de trabalho com rodadas de demissões em massa e o espectro da Grande Demissão ainda pairando sobre suas mesas. Entretanto, há um detalhe nesse cenário que chama a atenção: os salários médios dos funcionários da Big Tech não foram afetados pelo ajuste e, em alguns casos, até aumentaram.
Melhorias salariais nas grandes empresas
A empresa de consultoria especializada em análise de dados MyLogIQ acaba de realizar um estudo sobre os salários das 500 maiores empresas dos Estados Unidos que operam no índice do mercado de ações S&P 500. De acordo com esses dados, apenas 278 das 500 empresas que compõem esse índice melhoraram os salários de seus funcionários em 2022 em comparação com o ano anterior. Entretanto, de acordo com a mesma fonte, dessas 278 empresas que melhoraram sua remuneração, apenas 100 ousaram aumentar os salários de seus funcionários em 10% ou mais. O restante das grandes empresas ficou com um aumento médio inferior a essa porcentagem.
Cassinos, produtos farmacêuticos e combustíveis
O índice S&P 500 é composto por um grupo heterogêneo de empresas, incluindo empresas petrolíferas, farmacêuticas, de comércio eletrônico e até mesmo algumas das empresas imobiliárias mais poderosas dos Estados Unidos. De fato, a empresa imobiliária Vici Properties, cujos ativos incluem hotéis-cassino emblemáticos como o Caesars Palace, o Venetian Resort e o MGM Grand em Las Vegas, lidera o ranking das empresas que pagam, em média, os melhores salários a seus funcionários. Embora o número de visitantes da Cidade do Pecado tenha diminuído nos últimos anos, a empresa obtém lucro suficiente para pagar a seus funcionários um salário médio de US$ 414.500 brutos por ano.
Além das grandes empresas de tecnologia nessa lista de empresas que pagam mais aos seus funcionários, há também um bom número de empresas farmacêuticas e empresas ligadas ao setor de saúde, como a Incyte, a Vertex Pharmaceuticals e a Gilead Sciences. As empresas de energia também estão representadas, com a Valero Energy em décimo lugar, com salários médios de US$ 209.177 por ano.
Os melhores salários entre as grandes empresas de tecnologia
Se nos limitarmos às grandes empresas de tecnologia, que são as que tiveram mais altos e baixos nos últimos meses, os dados do MyLogIQ apontam a Meta como a empresa com a média salarial mais alta, com uma média de US$ 296.320 brutos por ano. Logo atrás está a Alphabet, cujo CEO é o terceiro executivo mais bem pago do grupo de empresas S&P 500.
Sundar Pichai está acima da média geral da empresa com um pagamento de US$ 225,99 milhões por ano em 2022, acima dos US$ 6,3 milhões que recebeu em 2021. Além dos valores astronômicos recebidos por seu principal executivo, o MyLogIQ indica que o salário médio na Alphabet é de US$ 279.902 por ano. Dos mais de 190.000 funcionários que faziam parte da empresa em 2022, pelo menos 95.000 ganhavam mais de US$ 280.000 brutos por ano. Algumas posições abaixo está a Netflix, com um salário médio de 218.400 dólares brutos por ano. A Amazon, por sua vez, está em 43º lugar nesse ranking de empresas com os maiores salários, com um salário médio de 34.195 dólares brutos por ano em 2022.
A armadilha do salário médio
Como é possível que um funcionário do Google ou da Meta ganhe um salário médio de quase US$ 300.000 por ano, enquanto os salários da Amazon são tão baixos quanto US$ 34.000? A resposta está no fato de que os dados fornecidos pelo estudo MyLogIQ se referem ao salário médio da empresa. Desde o CEO até a equipe de manutenção. Observando a natureza de cada empresa, é fácil perceber que a grande maioria da equipe do Google ou da Meta ocupa cargos de engenharia de software altamente qualificados e, portanto, bem remunerados. Em contrapartida, a força de trabalho da Amazon é baseada em um grande número de funcionários de armazém e logística com salários mais modestos, o que reduz a média salarial geral em comparação com a do Google ou da Meta.
