O que o Bolsonaro realmente quer ao diminuir os investimentos em cursos de Filosofia e Sociologia?
Publicado em 26 de abril de 2019 às 16:32
Por Purebreak
Jair Bolsonaro declarou nesta sexta-feira (26) que pretende dimimuir os investimentos em cursos de Filosofia e Sociologia e deixou boa parte da internet irritada. O presidente do Brasil alega que esse é o momento de "focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte". Nós do Purebreak estamos um pouco surpresos com essa declaração e tentando entender qual é a real intenção do político.
Jair Bolsonaro pretende diminuir investimentos em cursos de Filosofia e Sociologia Jair Bolsonaro pretende diminuir investimentos em cursos de Filosofia e Sociologia© Getty Images
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O presidente Jair Bolsonaro declarou nesta sexta-feira (26), através do Twitter, que pretende diminuir o investimento em cursos superiores de Filosofia e Sociologia. Nem é preciso dizer que essa informação está repercutindo bastante na internet, né? Afinal, assim que Bolsonaro ganhou as eleições, boa parte dos brasileiros já sabiam que o seu governo seria bem polêmico. Independente das ideologias, precisamos concordar que o ex-militar é bem radical na hora de declarar suas opiniões. De qualquer forma, apesar desse plano, ainda não se sabe como e quando ele acontecerá na prática.

De acordo com o tweet de Bolsonaro, o objetivo é investir mais em cursos que gerem um retorno imediato ao contribuinte, como Veterinária, Engenharia e Medicina.

Na última quinta-feira (25), durante uma live no Facebook, Jair Bolsonaro e Abraham Weintraub, o atual ministro da Educação, falaram sobre esse projeto e ainda citaram o Japão como exemplo. "O Japão, país muito mais rico que o Brasil, está tirando dinheiro público, do pagador de imposto, das faculdades que são tidas como para pessoas que já são muito ricas, ou de elite, como filosofia. Pode estudar filosofia? Pode, [mas] com dinheiro próprio. E o Japão reforça: esse dinheiro que iria para faculdades como filosofia, sociologia, se coloca em faculdades que geram retorno de fato: enfermagem, veterinária, engenharia e medicina", declarou o ministro.

Qual o problema dessa medida?

Se você está prestando vestibular ou vai prestar em breve, com certeza sabe que há uma valorização de certas carreiras e cursos. Por exemplo, passar em uma universidade pública de Medicina é muito complicado devido a grande concorrência. Por conta da dificuldade, cria-se um enaltecimento profissão. Além disso, também sabemos que o salário de um médico é bem alto e só melhora com as especializações. Mas até aí "tudo bem", né?

Em contrapartida, sabemos que, cursos como Filosofia e Sociologia, não possuem a mesma concorrência. Logo, é "mais fácil" de passar. Fora que, professores - de uma forma geral - não ganham muito bem. Ou seja, há uma desvalorização. Para piorar a situação, o presidente do Brasil está dizendo que esses cursos não merecem mais investimento por serem desnecessários no momento. Parece correto pra você dizer que uma profissão é mais importante que outra? Um garçom, caixa de mercado, gari, professora de filosofia, advoga ou médico possuem a mesma importância e são muito necessários para o funcionamento da sociedade.

Qual a importância de Filosofia e Sociologia?

Talvez você realmente ache que Filosofia e Sociologia sejam estudos menos importantes, já que não é possível construir um prédio ou salvar a vida de uma pessoa com esse tipo de conhecimento. Mas será que são cursos descartáveis? Esses dois estudos são responsáveis por estimular o nosso pensamento crítico. Sabe quando tentam te impor uma ideia que você não concorda muito? Bom, graças a Filosofia e Sociologia que as pessoas rebatem esses pensamentos antiquados. Como por exemplo a ideia de que mulheres precisam agir de certa forma ou que pessoas do mesmo sexo não podem se relacionar.

Nós do Purebreak não podemos afirmar nada, mas, parece que Bolsonaro não quer que os brasileiros sejam muito críticos.

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