Depois de 15 anos do último filme com Angelina Jolie, "Tomb Raider" volta ao cinema com a vencedora do Oscar Alicia Vikander no papel de Lara Croft. Dirigido por Roar Uthaug, a produção conta com a presença de Dominic West, Walton Goggins, Daniel Wu e Kristin Scott Thomas.
Após descobrir uma pista do paradeiro de seu pai, a protagonista decide ir até o último lugar onde ele esteve e inicia uma perigosa aventura numa ilha japonesa.
"Tomb Raider - A Origem" surgiu com a ideia de reiniciar a franquia nos cinemas, se baseando na história do jogo lançado em 2013. Esqueça a Lara de Angelina, essa versão da Vikander é mais jovem e também inexperiente. Ela ainda não é a grande arqueóloga que todos conhecem e, mesmo sendo forte e corajosa, passa por muitos maus bocados. Ela chora, urra e erra durante o longa inteiro, mostrando falhas que dão mais substância à personagem e a deixa mais humana do que jamais foi.
A proposta de trazer uma história mais crua e realista é um ponto forte dessa produção, é notável o esforço para deixar a estética e as cenas de ação o mais viscerais possíveis dentro das limitações da classificação PG-13 (não é aconselhável para crianças menores de 13 anos). Por outro lado, há decisões incoerentes com o tom proposto que levam à trama para caminhos mais inocentes, como o fato do chinês Lu Ren (Daniel Wu) decidir enfrentar vários homens com armas automáticas para criar uma distração para Lara, sendo que não existe uma ligação necessariamente forte entre ambos para tal atitude.
A relação de pai e filha é o motor da trama, porém o ritmo apressado não permite que uma construção gradual aconteça para que o espectador possa se envolver e consequentemente se importar. Tudo soa forçado e artificial vindo deles juntos.
A heroína sempre se destacou pela sua inteligência na hora de resolver enigmas, principalmente nos jogos. O roteiro acaba sendo negligente nesse ponto, usando apenas a fama ao invés de dedicar mais tempo para mostrar ela de fato pensando e construindo um raciocínio na hora de solucionar os mistérios.
A ação sempre foi algo inerente da franquia. E nesse reboot ela também está presente na maior parte do tempo, porém apenas alguns aspectos se destacam, mais por causa dos ângulos mais arrojados da câmera do que qualquer outra coisa.
As sequências de ação são completamente picotadas numa tentativa frustrada de mostrar que está acontecendo muita coisa e, assim, envolver o público numa atmosfera mais sufocante. Nesse caso, o uso de alguns planos mais longos ou até planos sequências poderiam ser mais eficazes.
Com mais erros do que acertos, "Tomb Raider - A Origem" esbarra em problemas com a direção e acaba sendo um retorno chocho de um dos maiores ícones dos games para as telonas. Ao menos o final reserva um bom gancho para uma possível continuação.
A estreia é nesta quinta-feira (15) em todos os cinemas do Brasil.
Assista ao trailer: