Fora da Caixa: o que aprendi praticando Yoga por um mês

Praticar Yoga é a atividade queridinha de várias famosas, como Bruna Marquezine, Gisele Bündchen e Miley Cyrus. Eu sempre achei muito interessante todas as posições que elas conseguiam fazer, todo o estudo, o autoconhecimento... tudo me encantava na teoria, mas na prática era outra história. Eu sempre fui a pessoa mais sedentária do rolê - não gostava nem de fazer Educação Física na escola. Além disso, a ideia de que Yoga era coisa de "gente zen", com tempo e grana de sobra, me intimidava. Eu não queria começar as aulas por medo de passar vergonha fazendo tudo errado.

Mas há um mês eu fui desafiada pelo Fora da Caixa a finalmente matar essa vontade e dar uma chance para a Yoga! Quando contei para a família que iria começar as aulas, ouvi várias vezes: "vai ser ótimo, você anda muito estressada". É mais ou menos essa ideia do senso comum sobre a Yoga, né? Que a gente só vai para relaxar. Bom, já posso adiantar que não é nada do que eles imaginavam. Aqui eu conto um pouquinho da minha experiência e o que eu aprendi neste último mês!

Esta foi a primeira lição: você até faz meditação nas aulas de Yoga, mas são duas coisas diferentes. Basicamente, a meditação é uma prática de estabilidade mental. Você fica paradinho em uma única posição de relaxamento e esvazia a mente de qualquer pensamento. Não vou mentir: é muito, muito difícil. Nós vivemos ligados em tudo o tempo todo, e eu particularmente tenho dificuldade em ficar calada. Então a meditação é um exercício mesmo, só que para a mente. Precisa de muito treinamento! Dizem que é essencial que se pratique todos os dias para conseguir ficar cada vez mais tempo com a mente vazia.

A Yoga é diferente porque alinha a estabilidade mental com a física. A ideia é trabalhar seu corpo externo (os músculos), interno (os órgãos) e mental ao mesmo tempo. Você faz várias posições diferentes, se mantém fixo nelas e trabalha a sua concentração e respiração. Também é difícil, viu? Ficar parado em uma posição começa a puxar todos os músculos e você tem que fazer muito esforço para se manter equilibrado física e mentalmente. E não é só isso: existe todo um estudo por trás da prática, princípios a serem seguidos na vida (como disciplina, não-violência e auto-conhecimento), leituras... é entrega total!

Essa foi a parte mais incrível e louca pra mim. Você literalmente sente o seu corpo funcionando. Como falei lá no início, alguns probleminhas de saúde surgiram no último ano, e praticando Yoga eu senti que meu corpo estava trabalhando para se curar. É difícil explicar!

Na prática da Yoga acredita-se que as posições (que se chamam Asanas) se conectam com os órgãos internos e com o sistema endócrino. Cada posição que você mantém, além de sentir os músculos que está trabalhando, também é possível sentir o benefício para os órgãos. É a sensação de um fluxo passando por todo o seu corpo, por fora e por dentro.

Além disso, o professor explicou que os sons da meditação criam vibrações dentro do crânio que também te beneficiam. Ou seja, o "Om" tem que ser falado bem alto, para ativar as vibrações. E gente, é real! Você consegue sentir o seu cérebro trabalhando. Nosso corpo é poderosíssimo e a gente mal sabe.

Quem não tem uma rinite, alergia ou sinusite que atire a primeira pedra. É desconfortável demais conviver com elas, a gente não dorme a noite toda, vive com dor de cabeça... pois é, nas aulas eu descobri que sem respirar direito nada funciona decentemente no seu corpo. E a gente nem pratica a melhor forma de respirar!

Eu tive que treinar a "respiração correta" porque não conseguia fazer as posições sem perder o fôlego. E como um dos princípios é essa conexão com os órgãos, o professor explicou que os meus rins, meu fígado, meu coração... tudo estava sendo prejudicado por causa da minha respiração errada. E faz total sentido, já que nosso corpo precisa de oxigênio para funcionar.

Não é brincadeira: fazer exercícios é viciante. Seu dia flui melhor, você fica mais feliz e mais focado. Quando você realmente entra no ritmo, surge a vontade de fazer mais coisas. As minhas aulas de Yoga são em dois dias da semana, mas a real é que eu gostaria de fazer todos os dias.

Para quem já tem prática e não precisa do auxílio de um professor, uma opção é comprar um tapetinho e escolher um local tranquilo para fazer diariamente em casa. No caso dos iniciantes, como eu, é legal buscar outras atividades que complementam a Yoga - o meu professor diz que o correto seria fazer musculação todos os dias. Ainda não criei essa coragem, mas passei a caminhar na esteira e até me arrisquei em umas aulas de dança na mesma academia. Já é um primeiro passo!

Eu posso dizer que com certeza valeu muito à pena sair da minha zona de conforto e entrar nas aulas de Yoga. No início foi intimidador, e algumas posições ainda são, mas senti que me fez tão bem que não quero largar. Ainda não consegui meditar plenamente e as minhas leituras e estudos por enquanto são superficiais, mas acredito que com o tempo vou sim conseguir me aprofundar na prática. É bom demais sentir que você está conhecendo melhor o seu corpo e o conectando com a sua mente.

Acho que é inevitável que no final você se sinta relaxado, apesar de ser algo que requer muito esforço, porque qualquer atividade física te deixa mesmo mais calmo. Se você está buscando algo que te ajude na concentração e ansiedade ao mesmo tempo e que exija um esforço do seu corpo, pode investir na Yoga. Não tenha medo, como eu, de fazer tudo errado no início. Afinal, a gente tem que começar por algum lugar, né? Procure por uma aula que te deixe confortável e se joga!