O mundo dos encontros e relacionamentos pode ser maravilhoso ou uma verdadeira tortura. Se as pessoas que encontramos ao longo do caminho tivessem o mínimo de responsabilidade afetiva e empatia, não teríamos que alertar sobre práticas tão tóxicas como a que vamos explicar hoje.
Chama-se "catch and release", e, infelizmente, assim como o submarining, é um sinal de alerta de que essa pessoa não quer ser seu parceiro, por mais que sua boca diga o contrário.
A expressão "catch and release" traduz-se literalmente do inglês como "capturar e soltar", e vem da pesca esportiva, especificamente de uma técnica em que se captura o animal e depois o libera novamente na água. Agora vamos transferir isso para os relacionamentos: é aquela pessoa que te procura, te conquista e te enfeitiça até que vocês saiam, aconteça o que acontecer e depois partem sem olhar para trás, te libertando como um peixe que capturaram.
É aquela pessoa que faz love bombing, te dá os "bom dia, princesa", diz o quão incrível e maravilhosa você é pelo Tinder e Whatsapp, insiste em se encontrar, em te conhecer e criar um vínculo contigo. E duas coisas podem acontecer: ela pode desaparecer depois do sexo, ou, ao perceber que você aumenta a intensidade, se assusta e foge.
Assim, de maneira consciente ou inconsciente, quando a intimidade aumenta e se cria esse vínculo que tanto havia buscado, ela recua. Antes estava interessada, e muito, mas esse interesse se dissipa da noite para o dia quando nos fazem "catch and release".
A conta do Instagram de Masculinidad Subversiva, altamente recomendável se você não a conhecia porque sempre faz reflexões maravilhosas, nos explicava justamente isso em um de seus últimos posts. Em seu caso, fala de que o relacionamento parecia perfeito até que houve sexo e então, uma das pessoas não queria se envolver com tanta intensidade como havia feito sua potencial parceira acreditar.
Há quem até tome como um "jogo" o conquistar outra pessoa, conseguir o que desejam e depois ir embora, sinal de que estamos diante de um misógino se falamos de relacionamentos heterossexuais. Este método consegue alimentar o ego de perfis narcisistas como explica a psicóloga Júlia Pascual em seu livro Os narcisistas e você.
Obviamente, é um comportamento tóxico que afeta a pessoa que o sofre, que não entende a mudança de atitude da outra pessoa que passa de querer algo para procurar mais uma situationship dessas que os zetas amam. Poderíamos pensar que é apenas medo de compromisso, mas na realidade estamos diante de uma falta de empatia e de responsabilidade afetiva.
E embora seja muito complicado detectá-lo, porque normalmente é algo que nos faz um perfil que acabamos de conhecer, é importante que, se isso acontecer conosco, entendamos que não é nossa culpa e que não há nada de errado conosco. A falta de sinceridade de outra pessoa não pode ser nossa responsabilidade, assim como não é uma infidelidade.
Ainda assim, se você sofreu e foi afetado, pode procurar um profissional de psicologia para que, com sua ajuda e com as ferramentas adequadas, possa superá-lo.