Por que o ouro de Rebeca Andrade nas Olimpíadas é tão importante?
Publicado em 5 de agosto de 2021 às 13:15
Por Rahabe Barros
Rebeca Andrade levou "Baile de Favela" às Olimpíadas de Tóquio 2020 e trouxe um marco importante ao nosso país: primeira ginasta brasileira a subir em dois pódios, sendo uma medalha de ouro na disputa de salto. A atleta, de 22 anos, é mulher, negra e nascida na periferia e de mãe solo: "Me sinto muito orgulhosa de mim, porque consigo representar a força da mulher"
Ouro de Rebeca Andrade nas Olimpíadas de Tóquio é um marco para o Brasil Ouro de Rebeca Andrade nas Olimpíadas de Tóquio é um marco para o Brasil© Getty Images
Rebeca Andrade foi a primeira brasileira a subir em dois pódios pelas Olimpíadas de Tóquio
Rebeca Andrade conquistou prata e medalha de ouro na disputa de salto nas Olimpíadas de 2020
Ao som de "Baile de Favela", de MC João, que Rebeca Andrade alcançou seu maior feito pelas Olimpíadas
Rebeca Andrade comemora marco histórico: "As pessoas sabem como é difícil estar aqui, então imagina como difícil trazer duas medalhas"
Rebeca Andrade enfrentou adversidades econômicas e sociais até chegar as Olimpíadas
Rebeca Andrade enfrentou três cirurgias no joelho nas quais precisou se submeter
Rebeca Andrade comemora representatividade: "É muito legal, porque a gente não vê muitas pessoas negras no esporte"
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Rebeca Andrade é a nova inspiração para as futuras gerações da ginástica. A atleta conquistou a primeira medalha olímpica feminina e foi também a primeira brasileira a subir em dois pódios pelas Olimpíadas de Tóquio, no Japão. Aos 22 anos, ela conseguiu consagrar seu nome na história dos jogos olímpicos pela prata e o ouro na disputa de salto no último domingo (01).

Além das duas medalhas, Rebeca também teve recordes superados e isso é muito importante para a história do Brasil em competições de altíssimo nível, como as Olimpíadas. Esse marco, inclusive, a surpreendeu. "Não sabia disso não, mas me sinto muito orgulhosa de mim, porque consigo representar a força da mulher. As pessoas sabem como é difícil estar aqui, então imagina como difícil trazer duas medalhas", disse.

Rebeca representa a mulher negra e da periferia no esporte

Desde nova, Rebeca, nativa do signo de touro, esteve em busca de um espaço no esporte como mulher negra. Os primeiros passos aconteceram graças a um projeto social e os treinos era sempre na companhia de seu irmão, mas a pé. A ginasta enfrentou adversidades econômicas e sociais nesse meio tempo, sem falar as três cirurgias no joelho nas quais precisou se submeter.

"É muito legal, porque a gente não vê muitas pessoas negras no esporte. Hoje em dia que está aparecendo mais. A gente pode se espelhar. Abro as redes sociais e um monte de página falando sobre minha música, sobre minha série. É muito bom ter meu trabalho reconhecido", destacou. Ao som de "Baile de Favela", de MC João, que Rebeca Andrade alcançou seu maior feito pelas Olimpíadas.

Criada por mãe solo e se recuperou de lesões

Quem ficou emocionada e contagiou os telespectadores com suas lágrimas nos olhos foi Daiane dos Santos, considerada a precursora da ginástica artística brasileira. A ex-ginasta reforçou que Rebeca Andrade foi criada por mãe solo e também comentou sobre suas lesões.

"Agora a gente tem a primeira medalha do Brasil na ginástica artística com uma negra. Isso é muito forte. Até pouco tempo os negros não podiam competir em alguns esportes. É uma menina que veio de origem humilde, criada por uma mãe solo, a dona Rosa, pois o pai da Rebeca é vivo, mas não é presente na vida dela. Veio de várias lesões para ser a segunda melhor atleta do mundo", disse, Daiane dos Santos, sendo elogiada por Galvão Bueno:

"Você é uma das que começou esse caminho, precursora dessa medalha, você falou muitíssimo bem, falou muito bem. O abraço e o beijo estão dados". Assista os saltos que garantiram o ouro de Rebeca Andrade:

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