Por Aline Carvalhal
Com 25 anos, Davi foi aprovado em concurso para professor da USP e quer salvar os rios do Brasil!

Depois de conhecer a história de Monalisa Marques e o projeto "Uma Pessoa Por Dia", na coluna Realizadores desta semana, você confere a história do Davi Gasparini, o jovem de apenas 25 anos que virou professor da Universidade de São Paulo (USP). A pouca idade não impediu que o rapaz virasse doutor em Ciências e ainda idealizou um projeto para salvar os rios do Brasil, o "Adote um Rio"!

Apaixonado pela vida acadêmica, Davi começou a sonhar em se tornar professor e pesquisador logo no primeiro ano de graduação em Engenharia Ambiental na USP-São Carlos.

"A tríade 'ensino, pesquisa e extensão', que é o alicerce da universidade, sempre me atraiu. Como professor universitário, existe a possibilidade concreta de contribuir para a formação de recursos humanos, para o avanço científico e para o desenvolvimento da sociedade", confessa.

Davi não teve dúvidas. Começou a pós-graduação (requisito para a academia), pulou o mestrado e fez o doutorado direto. Logo depois, passou no concurso para professor na área de saneamento (no Departamento de Hidráulica e Saneamento - EESC-USP). Atualmente, está iniciando a organização das disciplinas que vai lecionar nesse semestre, além da orientação de alunos, publicação de artigos, participação em comissões e demais atividades universitárias.

"Adote um Rio"

O projeto "Adote um Rio" tem por objetivo aproximar as pessoas dos rios/córregos que cruzam as suas cidades e contribuir para a criação de um banco de dados global sobre a qualidade da água, já que projetos semelhantes são desenvolvidos em mais de 14 países. A ideia do banco de dados é identificar os pontos mais críticos e fomentar ações voltadas à sua recuperação.

Para fazer seu sonho se realizar, Davi procurou e firmou parcerias além de conseguir o financiamento de um banco, o mesmo caminho pensado por outra "realizadora", Ticiana Amorim, do espetáculo "The Amazon". A partir daí contou com a ajuda de voluntários previamente capacitados, e começou a monitorar rios e córregos urbanos de três grandes cidades: São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro.

"Os voluntários foram os próprios funcionários do banco que, após receberem um treinamento com noções básicas sobre qualidade da água e recursos hídricos, adotam um curso d'água e passam a monitorá-lo a cada dois meses. Esse monitoramento se baseia não apenas no preenchimento de uma ficha com as condições ambientais verificadas no momento da coleta, mas também na medição de algumas variáveis de qualidade da água por meio de um kit com métodos simplificados. Em quatro anos, de 2013-2016, a meta é contar com mais de 700 voluntários ativos", explicou.

Dica para quem deseja realizar algo semelhante

"O cientista Charles Darwin escreveu que 'O homem que ousa desperdiçar uma hora do tempo não descobriu o valor da vida'. Se cabe uma dica aqui, eu diria para que nós, jovens, busquemos aproveitar o tempo da melhor maneira, principalmente nessa fase em que estamos cheios de energia e com tantos projetos em mente", concluiu.

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