No começo de janeiro, as buscas pelos termos "não monogamia" e "relacionamento aberto" deram um salto no Google e a gente aposta que o "BBB23" e o anúncio dos participantes teve muito a ver com isso. Na casa, os Camarotes Fred Nicácio e Aline Wirley revelaram ter um casamento aberto, podendo se relacionar com mais pessoas além de parceire.
Mesmo antes, na Casa de Vidro, o psiquiatra Manoel também falou sobre o tema e a sua própria experiência com a não monogamia. Ou seja, o assunto realmente rendeu, trouxe debate e, ainda, fez com que muitas pessoas questionassem seus próprios limites e parâmetros em um relacionamento.
Para saber mais sobre isso, o Purebreak conversou com Mayumi Sato, sócia e diretora do Sexlog.com, e separou 5 passos para quem quer investir na não monogamia!
1. Invista no autoconhecimento
O segredo para qualquer relacionamento saudável começa com o autoconhecimento. Afinal, precisamos entender o que nos faz bem e o que queremos em outra pessoa antes de começarmos um namoro, de fato. É o mesmo com a não monogamia. Por isso, Mayumi ressalta: "Um ponto de partida interessante é refletir sobre o que é inegociável para você. Liberdade, autonomia, o entendimento de que se é um ser humano completo e complexo e o respeito diante dessas questões, tudo isso é pauta da não monogamia, mas sempre numa via de mão dupla".
A diretora do Sexlog.com também destaca que cada pessoa tem sua própria opinião e vivência e, por isso, o processo é bem individual. "Para mim, a escolha de viver uma relação monogâmica me parece muito razoável para algumas pessoas, assim como a não monogamia para outras. O importante aqui é que sejam, de fato, escolhas, e não um modo de viver enfiado goela abaixo", afirma.
2. Traga o assunto no momento apropriado
Muitos casais estão decidindo abrir o relacionamento, só que alguns fazem isso como forma de salvar a relação de um possível término - o que tem tudo para dar errado. Mayumi ressalta que não existe "momento certo" nem "regra definitiva" quando falamos de não monogamia, mas faz uma observação importante: "Fica mais difícil falar e refletir sobre essas questões com clareza num momento de crise. Aos casais, sempre sugiro trazer o tema à tona o quanto antes, sem ansiedade ou pressa, sem fazer disso uma tábua de salvação para salvar a relação a qualquer custo".
3. Respeite o seu tempo
Você vai se jogar de cabeça na monogamia ou quer ir aos poucos? Tanto faz! Só você sabe o tempo e a forma certa de fazer isso. Nesse caso, vale ressaltar a importância do autoconhecimento para reconhecer os seus limites e o que faz mais sentido para você - tanto em um relacionamento aberto, quanto no fechado.
"Para alguns funciona romper de uma vez com essa estrutura e começar tudo de novo, numa relação completamente nova, ainda que com a mesma pessoa. Para outros, funciona melhor ir aos poucos, sem pressa para movimentos bruscos, sem precisar anunciar aos quatro cantos mudanças que estão florescendo. Depende do que parece mais confortável pra cada um", afirma Sato.
4. Tenha conversas honestas
A diretora do Sexlog.com já adianta para es interessades no tema da não monogamia: "Tudo começa, termina e segue com muito diálogo". Seja com e mesme parceire ou com uma pessoa diferente, você precisa se sentir confortável para expor suas intimidades e medos - assim como ouvir, de forma não reativa, tudo o que lhe for dito. "É importante esquecer a ideia de que esse processo será indolor e sem conflitos - internos ou externos. Estamos falando de um movimento que vai exigir paciência, comunicação e acolhimento de inseguranças", avisa Mayumi.
5. Fique livre para mudar de ideia
Nada no mundo do relacionamento deve ser uma amarra. Caso você comece uma relação não monogâmica e perceba que não está funcionamento, não há nenhum problema em voltar atrás na decisão. E vice-versa. Estar em um namoro aberto ou fechado não diz sobre quem você é, nem é algo relacionado a sua "evolução espiritual". É só uma forma de encarar o amor e o sexo, que vai variar de pessoa para pessoa. Por isso, pode ir sem medo de se arrepender, lembrando que sempre é possível recalcular a rota. Com autoconhecimento, terapia em dia e empatia, as coisas vão funcionar!