Nesta segunda-feira (2), o cantor The Weeknd parece ter dado início à sua nova era musical. Depois de vários tweets dando a entender que seu próximo trabalho estava chegando, o astro finalmente divulgou um trecho de música inédita no Instagram. No mesmo dia, foi liberada uma entrevista sua para a GQ Estados Unidos, na qual ele falou sobre seu futuro álbum, o boicote do Grammy Awards, sua relação com as drogas e vontade de ter filhos.
No trecho da nova canção postada na rede social, é possível ouvir uma sonoridade bem pop, como seu disco anterior, e ainda com maior influência da música eletrônica. Além do instrumental, perto do final, conseguimos ouvir a voz marcante de Abel, que finaliza a prévia cantando algo como "Take my breath", que significa "Tire meu fôlego", em português literal.
O cantor já havia previamente insinuado que seu novo trabalho estava vindo, por meio de diversos tweets. O Starboy afirmava que "The Dawn" estava vindo, o que muitos fãs especulam ser o nome do novo álbum.
O jornalista da GQ que realizou a entrevista já ouviu boa parte do novo projeto e revelou que está cheio de faixas para tocar em festas. De acordo com ele, o disco ainda não está totalmente terminado, mas se continuar neste curso, será o melhor que The Weeknd já fez.
Falando sobre o sucessor do "After Hours", o popstar confessou: "É o álbum que eu sempre quis fazer". O entrevistador vai além e defende que não só é o projeto que o cantor sempre quis fazer, como é o álbum que sempre quisemos que ele fizesse.
O papo chegou ao assunto dos trabalhos anteriores de Tesfaye. O astro foi questionado sobre a inspiração para o EP de 2018, "My Dear Melancholy". Abel revelou que usou o projeto como terapia e o produziu em umas três semanas.
"Eu sabia como eu queria que soasse - e foi isso. Depois eu apresentei no Coachella e aquilo foi terapêutico, porque eu estava escutando as pessoas gritarem e cantarem junto à 'Call Out My Name'. Só eu e a guitarra. Depois eu fui ao Brasil naqueles festivais e ouvir literalmente 80 mil, 90 mil pessoas, gritando cada palavra de 'Call Out My Name'" - aquilo foi bom", relembrou o artista.
O dono do hit "Bliding Lights", ainda falou sobre seu relacionamento com as drogas. Atualmente, o cantor está levemente sóbrio, o que significa que ele bebe ocasionalmente, não tanto quanto costumava beber, e usa maconha. Mas, segundo o artista, ele não está usando outras drogas.
"Drogas eram uma muleta. Era eu pensando que precisava daquilo. E não fazendo o trabalho para descobrir como não precisar daquilo. Eu passei os últimos anos percebendo isso e agradecendo a Deus por não precisar mais. Porque, para muitas pessoas, é difícil se livrar disso. Mas eu sabia que eu não queria".
Ainda no assunto dos motivos para deixar as drogas para trás, The Weeknd revelou que eventualmente quer ter uma família. "Eu sei que digo que não quero, mas eu quero. Eu quero filhos".
Ele também foi questionado sobre o motivo de dizer que não quer ter filhos, se era algum tipo de mecanismo de defesa. "Provavelmente. Eu acho que digo isso porque gosto da trajetória da minha carreira. Mas também eu sinto que ter um filho iria me influenciar e inspirar mais".
O jornalista ainda perguntou se o astro já pensou em ter que explicar algumas das suas letras mais sexuais para os futuros filhos. Abel disse que está preparado para isso. "No fim do dia, é minha arte. E é esse quem o papai foi".
O galã, que pode estar de rolo com Angelina Jolie, ainda falou sobre o episódio do Grammy Awards. Na edição em que submeteu o aclamado e bem-sucedido "After Hours", Abel não conquistou indicação nenhuma. Para o entrevistador, ele disse que acha que não era bom o suficiente. Mas o jornalista pressionou se ele realmente acredita nisso e o cantor admitiu: "Eu não acredito nisso, mas pelo padrão deles, é isso. Eu não era bom o suficiente, e essa é a realidade".
"Quando aconteceu, eu tinha todas essas ideias e pensamentos. Eu estava com raiva, confuso e triste. Mas agora, olhando para trás, eu nunca quero saber o que realmente aconteceu". The Weeknd ainda alega que simplesmente não se importa, porque nunca será o motivo pelo qual faz o que faz. Questionado se não vai mais submeter seus trabalhos para o Grammy, Abel afirmou: "Não. Quero dizer, eu não tenho interesse. Todo mundo está tipo 'Não, apenas faça melhor na próxima.' Eu farei melhor, mas não por vocês. Eu farei melhor por mim".
Ainda falando sobre seu futuro, o popstar revelou que amaria trabalhar com Arca, Kanye West (novamente) e Tyler, the Creator.
Sobre seu último disco lançado, Abel afirmou que ficou feliz de acabar com o personagem que construiu para a era "After Hours", também porque está muito animado para começar o novo projeto. Ele ainda admitiu que terminar no Super Bowl foi a melhor maneira de se despedir daquele papel.
Em relação ao significado tão misterioso por trás dele, o Starboy defendeu que estava tentando simbolizar o quão sombria Los Angeles poderia ficar. "E como o resultado dessa escuridão é tão, eu acho, doloroso para si mesmo. E o álbum era sobre isso. Eu acho que quis criar algo que era assustador. Qual era a minha representação de Hollywood - qual era a representação do The Weeknd de Hollywood. Não a do Abel, mas do The Weeknd".