A história trágica de Patrizia Reggiani e Maurizio Gucci está chamando cada vez mais atenção. "Casa Gucci", filme estrelado por Lady Gaga e Adam Driver, conta mais sobre o casal, a ascensão da marca de grife familiar Gucci e o assassinato de Maurizio, comandado por Patrizia, em 1995. Além de expectativas de indicações ao Oscar - para Jared Letto como Paolo Gucci, por exemplo - e fofocas sobre o método de atuação de Gaga, que encarnou Patrizia durante todo o período de gravação, há muito sobre a história real que não entrou nas telas.
O longa faz apenas um recorte dos momentos chaves da relação, desde o dia em que os dois se conhecem até a hora em que Gucci morre. De forma geral, o roteiro foi bem fiel ao que foi relatado pelos envolvidos, porém, não vemos muito sobre o passado de Patrizia e principalmente sobre o que acontece com a ex-socialite após os 18 anos na prisão.
Confira 8 fatos sobre Patrizia Reggiani que não entraram em "Casa Gucci", mas são muito importantes para entender a personalidade da assassina!
"Casa Gucci" mostra o nascimento de Alessandra, em 1977, que teve seu nome escolhido em homenagem à mãe de Maurizio, que morreu anos antes do jovem conhecer Patrizia. Porém, o casal tem outra filha. 5 anos após a primogênita, eles tiveram Allegra, em 1981. Simplesmente apagaram a menina da narrativa. Tadinha da Allegra!
Em 1992, um ano após o divórcio com Maurizio, Patrizia foi diagnosticada com um tumor no cérebro e precisou ir às pressas para sala de cirurgia. Isso foi, inclusive, um argumento levantado pelos seus advogados e pelas suas próprias filhas, que afirmaram que Patrizia não estava tomando decisões conscientes, em 1995, quando armou o assassinato de Maurizio já que ainda estaria sendo afetada pelos danos do tumor. A história não colou com o jurí.
Alessandra e Allegra tinham, respectivamente, 18 e 14 anos quando seu pai foi assassinado. Apesar de comparecerem ao julgamento da mãe e até tentarem apoiar Patrizia (como falamos na história sobre o tumor cerebral), as meninas não falam atualmente com a mãe.
Em entrevista ao The Guardian, em 2016, Patrizia explicou a relação: "Estamos em uma fase ruim. Elas não me entendem e tentaram acabar com meu apoio financeiro. Eu não tenho nada e nem conheci os meus dois netos", disse Reggiani.
No filme, vemos que o pai de Patrizia é empresário no ramo de transporte rodoviário, onde Maurizio chega a trabalhar por algum tempo depois de ser expulso da mansão Gucci. Porém, o longa não menciona que Ferdinando Reggiani era pai adotivo de Patrizia, que nunca conheceu o pai biológico. Reggiani casou com a mãe da jovem, Silvana, e se tornou responsável legal por ela.
Em "Casa Gucci", quando Maurizio é obrigado a vender suas ações da empresa, Patrizia já está com o assassinato planejado. Na vida real, Reggiani descobriu sobre a decisão do ex-marido bem antes e isso foi um dos grandes motivos para que ela o matasse. Ainda para o The Guardian, ela disse: "Eu estava com raiva dele por vários motivos. Mas principalmente por isso. Perder o negócio da família. Foi estúpido, ele fracassou. Estava possuída pela raiva [...] Ele não deveria ter feito isso comigo".
Patrizia ainda se sentia parte da família e desejava que suas filhas herdassem o legado Gucci. Em 2014, enquanto ainda estava na cadeia, ela disse ao jornal La Repubblica: "Eles precisavam de mim. Ainda me sentia uma Gucci. Na verdade, eu sou mais Gucci que todos eles".
Em 1997, Patrizia Reggiani foi condenada a 29 anos de prisão após ter sido culpada pela morte do ex-marido. Porém, sua sentença foi reduzida para 18 anos, devido ao bom comportamento da presidiária, fazendo com que ela fosse liberada em outubro de 2016. Só que nem todos sabem que Patrizia poderia ter saído da cadeia ainda mais cedo.
Em 2011, ofereceram um acordo à Reggiani para que ela passasse para o regime semiaberto, contando que ela arrumasse um trabalho. Patrizia recusou e, segundo o The Guardian, teria dito aos seus advogados: "Eu nunca trabalhei na minha vida e não planejo começar agora".
Segundo o Telegraph, Patrizia ainda se sustenta com o dinheiro da família Gucci, em decorrência ao acordo tomado entre as duas partes após o divórcio. Atualmente, ela recebe uma quantia de cerca de 1 milhão de dólares todo ano e ainda, quando saiu da prisão, ganhou um pagamento de mais de 22 milhões de dólares, acumulado em seu tempo em julgamento e, posteriormente, na cadeia.
Suas filhas tentaram entrar com uma ação para retirar o direito de sua mãe ao dinheiro Gucci, porém, o juiz deu razão à Patrizia, já que ela não teria outras formas de se sustentar. A ex-socialite também trabalha como consultora de joias e diz que está "falida", mesmo com sua mesada generosa.
Após ser condenada pelo assassinato de Gucci, Patrizia foi execrada pela imprensa italiana e internacional. A ex-esposa ficou conhecida como "Viúva Negra", nome que carrega até hoje e muitos relatos afirmam que as outras presidiárias chamavam Reggiani ironicamente de "Lady Gucci", como ela costumava ser chamada nos anos de casada.