Ninguém se importa, mas "Elite" está de volta com sua 6ª temporada. O novo ano da série que um dia já foi um dos maiores sucessos da Netflix estreou nesta sexta-feira (18) no serviço de streaming. No entanto, es fãs do seriado não estão comentando tanto sobre os episódios inéditos nas redes sociais como faziam anteriormente. Parece que muita gente abandonou de vez a produção e há diversos motivos para isso ter acontecido.
Sejamos sinceres: a época de ouro de "Elite" acabou. Os melhores personagens da série, como Guzmán (Miguel Bernardeau), Carla (Ester Expósito), Ander (Arón Piper) e Lucrecia (Danna Paola) foram embora, o que causou um grande vácuo no elenco que não conseguiu ser preenchido pelos novos estudantes de Las Encinas. Isso é um motivo grande o suficiente para muita gente ter largado a mão do seriado - e com razão.
Matar um protagonista é sempre um risco. Verdade é que Samuel (Itzan Escamilla), por mais chato que fosse, era o fio condutor da história. E, enquanto sua saída da trama significou mais tempo de tela para outros membros do elenco, boa parte des fãs que tinham certo apego ao começo da série pode ter ficado frustrada com o fim que ele levou - ainda que muita gente concorde que ele o jovem poderia ter ido embora já na 2ª ou 3ª temporada.
Uma mistura de novelão mexicano com clichê estadunidense, "Elite" só decaiu após a 3ª temporada. Para se ter uma noção, no 5º ano da história teve até triângulo amoroso envolvendo pai e filho, bem no estilo "Laços de Família". E essa nem foi a trama mais bizarra! Justificativas fracas, conflitos sem sentido e dramas exagerados fizeram parte das últimas temporadas e podem ter cansado bastante o público.
Ainda que os mistérios de "Elite" fossem o grande diferencial do título e nos mantivessem viciados na história, com o tempo, o suspense foi ficando um pouco repetitivo. Já sabíamos a fórmula adotada pelo seriado e a cada temporada as expectativas ficavam mais altas. Sem conseguir cumprir as promessas que a própria série fez, "Elite" ficou fadada à decepção.
De uns tempos para cá, acabou que "Elite" levantou alguns temas polêmicos na série. Entre eles, o que mais se destacou na última temporada foi a questão de Phillipe (Pol Granch) ser um abusador sexual. O título quis casar essa temática com a cultura do cancelamento e passou um pano forçado para o rapaz, como se ele fosse a vítima e não merecesse ser responsabilizado pelos seus atos. Em outros contextos, o seriado já romantizou casais nada saudáveis e tratou de temas importantes de forma superficial ou apelativa.
E por falar em apelação, nem precisamos comentar o excesso de cenas de sexo e nudez para tentar salvar o seriado, né? Na falta de bom desenvolvimento de personagens ou tramas interessantes, a série mira em evidenciar mais os corpos do elenco, independente se faz sentido ou mostrar as partes íntimas dos atores em dado momento ou os casais formados.