Depois de muita expectativa e divulgação para a chegada de "Montero", Lil Nas X finalmente "deu à luz" ao seu primeiro álbum da carreira nesta sexta-feira (17). Para ilustrar essa espera tão desejada, o rapper compartilhou diversas imagens usando uma barriga de gravidez falsa e até deu o que falar com um vídeo em que mostra o "parto" do disco de estreia, que tem participações de Miley Cyrus, Megan Thee Stallion, Doja Cat, Jack Harlow e Elton John. "Bebê Montero está aqui", escreveu o cantor no post.
O marketing para gerar o álbum "Montero" acabou dividindo a opinião de muitos. Fãs de Lil Nas X afirmam que a "gravidez" é uma forma de quebrar padrões de gênero, assim como ele vem fazendo ao longo da fama.
No entanto, a Antra Brasil acredita que a alusão à gravidez feita por Lil Nas X estaria ofendendo mulheres e a comunidade LGBTQIAP+. Além disso, para a Associação Nacional de Travestis e Transexuais disse que ele estaria lucrando com algo que fazem com que homens trans sejam violentados, rejeitados e maltratados pelo sistema de saúde.
Em nota completa, a Antra Brasil declarou que Lil Nas X não teve responsabilidade ao se fantasiar de grávido, por não ter tido reflexão em torno dos problemas enfrentados por mulheres, homens trans e pessoas não binárias que podem gestar, o acusando de transfóbico.
"É uma ofensa a mulheres e demais pessoas que podem engravidar ver a gestação ser usada como uma jogada de marketing tão problemática como Lil está fazendo e isso deve parar. Pessoas morrem sem acesso aos cuidados de saúde na gestação ou sem direito/acesso ao aborto seguro. Não há como defender! Errou feio fazendo piadas e transformando a gestação em um jogo midiático. Ser Queer não o torna imune a ser transfóbico", disparou.
A Associação Nacional de Travestis e Transexuais continuou citando a lei que entrou em vigor recentemente pelo Texas, na qual proíbe o aborto com seis semanas de gravidez.
"Lil pode arrancar a barriga grávida fake a qualquer momento, enquanto grávidas no Texas perderam a capacidade de tomar decisões sobre suas próprias gravidezes. Mulheres e pessoas que podem gestar não podem sair de seus corpos. Não se pode descartar as gravidezes dessa maneira. E mais uma vez, a cisgeneridade se apropriando das vivências e da narrativa de pessoas trans para lucrar", completou.
Mas pelas redes sociais a história é outra. Fãs e demais internautas viram a promoção de "Montero", com Lil Nas X grávido, com um outro olhar. E mais! Ele criou um link do seu novo álbum com doações para organizações de apoio à comunidade LGBTQIA+, em que cada faixa do disco representa uma organização!
Não podemos negar o quanto Lil Nas X já serviu para o seu público, gerando importantes debates entre religiosos, políticos, rappers, héteros e LGBTQs, não é mesmo? "Montero" nasceu e agora é só curtir o som do novo ícone queer.