"Harry Potter" foi um grande marco para o cinema e possibilitou que toda uma geração crescesse com o grupo de atores que interpretavam bruxos no mundo mágico da franquia. Só que o público não sabia do que acontecia nos bastidores dos filmes. Tom Felton revelou na sua nova autobiografia, intitulada "Beyond the Wand: The Magic and Mayhem of Growing Up a Wizard", que a vida imitou a arte e o intérprete de Draco Malfoy e seus colegas que faziam os papéis de alunos da Sonserina praticaram bullying com Emma Watson , nossa eterna Hermione Granger.
No livro, o astro contou que ele e seus colegas, Jamie Waylett (Vincent Crabbe) e Josh Herdman (Gregory Goyl), formavam um grupo diferente daquele composto por Daniel Radcliffe (Harry Potter), Rupert Grint (Ron Weasley) e Emma. Por mais que eles não fossem inimigos, ainda havia diferenças nas suas criações e gostos.
"Suponho que nós éramos um pouco mais descolados", escreveu Tom na sua autobiografia. "Passávamos nosso tempo livre juntos ouvindo rap - Wu-Tang, Biggie, 2Pac - então quando Josh e eu ficamos sabendo que Emma, com nove anos de idade, tinha montado um pequeno show de dança no seu camarim e queria apresentá-lo para nós durante o horário de almoço, ficamos com desdém".
"Nós rimos muito até o show de Emma e as risadas ficaram mais altas enquanto ela dançava. Estávamos apenas sendo garotos idiotas, em grande parte por constrangimento e porque achávamos que zoar era legal, mas Emma estava visivelmente chateada com nossa reação impulsiva. Me senti um pouco babaca, e com razão".
O ator também relata que pediu desculpas para a colega de elenco após o ocorrido e ela o perdoou. No livro, Tom reflete que Emma é a atriz de "Harry Potter" que provavelmente teve que lidar com os maiores desafios, devido ao fato de ter sido colocada tão rapidamente sob os holofotes, sendo a única protagonista feminina no meio de tantos garotos.
"Emma nunca pôde ter uma infância normal. Ela era trada como uma adulta, de muitas formas, desde o dia que foi escalada para o papel. É um fenômeno que pode, acredito eu, ser mais difícil para as garotas do que para os garotos. Elas são injustamente sexualizadas na mídia e além", explica. "A última coisa que ela precisava, em um ambiente que deveria ser - e normalmente era - seguro, amigável e familiar, era Josh e eu rindo da sua dança".
"Por isso que eu me sinto envergonhado pela memória do nosso comportamento. E esse é o motivo de eu ficar feliz pela nossa amizade não ter acabado por conta da minha insensibilidade, mas se tornado algo mais profundo", conclui.