"Eu estou tão cansada dos 17 anos", canta Olivia Rodrigo em "brutal", faixa que abre o seu primeiro álbum, "Sour". No último sábado (21), comemoramos um ano do lançamento do disco, mas, sem dúvida, suas músicas continuam em alta até hoje. Isso porque hits como "drivers license", "good 4 u" e "traitor" falam com um grande número de pessoas, que também querem se sentir amades e aceites.
A geração Z foi uma das que mais se encantou - e se identificou - com o trabalho de Olivia Rodrigo. A jovem, de 19 anos, é parte do grupo, e cantou sentimentos que todo adolescente já sentiu ou sente: insegurança, ciúmes, inveja, medo.
No Instagram, a própria cantora e compositora celebrou o aniversário do disco e agradeceu a todes que "abraçaram as suas lamentações de 17 anos". Mas até mesmo quem já passou da fase (a geração Z engloba nascides entre 1997 e 2010), sabe bem do que ela está falando.
Em comemoração ao primeiro ano de "Sour", o Purebreak explicou por que, afinal, a gente se identificou tanto com esse álbum!
Uma temática central de "Sour" é estar com o coração partido. Nas músicas, Olivia fala sobre se sentir trocada por "uma pessoa melhor" ou achar que nunca seria boa suficiente para o amado. E, sério, quem nunca se sentiu assim? Enquanto es mais noves da geração Z provavelmente passam por isso agora, es mais velhes foram teletransportades para a fase difícil em que acreditamos que nunca vamos encontrar ninguém para amar.
Algumas das faixas em que esse sentimento está mais presente são: "drivers license", "traitor" e "enough for you". São perfeitas para ouvir e cantar do fundo do coração, deixando toda a mágoa sair.
Falamos de coração partido, mas "Sour", na verdade, passa por todas as fases de um término. A espécie de negação com "drivers license" - "não consigo imaginar que você possa estar tão bem agora que eu fui embora" -, a raiva de "good 4 u" - "você está ótimo sem mim, amor, como um sociopata" -, até a parte mais triste após o fim com "enough for you" - "você me deixou lá chorando, me perguntando o que fiz de errado".
As músicas conseguem abordar diferentes momentos, sendo um verdadeiro livro de autoajuda para quem terminou uma relação e sente sozinhe e incompreendide. Olivia Rodrigo prova que, na verdade, esses sentimentos e pensamentos são bem comuns.
Outro tema que nossa geração tem falado cada vez mais é saúde mental. A ansiedade e depressão têm se tornado transtornos bem comuns e precisamos falar mesmo sobre isso! Como dito, a música que abre "Sour" se chama "brutal" e descreve exatamente a sensação de não se sentir pertencente à vida que vive. Por isso, não poderia haver início melhor para um trabalho tão honesto e complexo.
Apesar de ser uma das poucas músicas que não fala explicitamente sobre um relacionamento amoroso, "brutal" se tornou uma das mais queridas des fãs: "Eu sou ansiosa e nada consegue me ajudar. Eu queria já ter feito isso antes e queria que as pessoas gostassem mais de mim", canta Olivia em um momento.
Outra obra prima de "Sour" vem na 9ª faixa, "jealousy, jealousy". Nela, Rodrigo fala sobre sempre se comparar aos outros e a necessidade de se sentir aceita, até mesmo por pessoas que não são próximas. Uma das maiores responsáveis por esse "hábito", tão comum na geração Z, são as redes sociais. A música é praticamente um hino para adolescentes e jovens adultos que se vêm passando pelo feed e admirando a vida teoricamente perfeita des usuáries, em um ciclo nocivo e vicioso.
Dentes brancos, corpos incríveis e namorados fofos... São algumas das coisas que "as outras meninas" têm, segundo a letra. No refrão, ela ainda deixa claro o impacto das redes, com a frase: "a inveja começou a me seguir". Outra faixa que qualquer pessoa pode se identificar, né?
Se você não conhecia o álbum de estreia de Olivia, já percebeu que ele toca em assuntos pesados, que podem ser sensíveis para vários ouvintes. Assim, em mais uma estratégia inteligente, Rodrigo e o produtor Dan Nigro terminam "Sour" com uma música um pouco mais otimista. "i hope ur ok" é quase como um abraço, no qual a cantora fala sobre indivíduos que tiveram uma vida difícil e lembra que ela tem orgulho da trajetória de cada um deles.
Possivelmente fazendo referência a LGBTQIAP+fobia que muitos jovens enfrentam, ela canta para diretamente para es fãs, na última parte, finalizando de vez o álbum: "Eu espero que saiba o quão orgulhosa eu me sinto porque você foi criado com a coragem de desaprender todo o ódio deles. Deus, espero que você esteja mais feliz hoje. Porque eu te amo e espero que você esteja bem".
E assim ela termina "Sour", que poderia muito bem ter sido escrito baseado em diários de qualquer um da geração Z.