Coração partido: o que acontece no corpo e como superar essa fase?

Ter o coração partido faz parte da vida, mas definitivamente não é um momento legal. Se você já passou por isso com certeza se lembra do sofrimento e da dor que realmente incomoda no peito. Apesar de ser muito difícil, ter o coração partido ajuda no nosso crescimento, nos tornando pessoas mais maduras quando o assunto é perda ou términos de ciclos.

E vale lembrar: apesar de associarmos o momento ao fim de namoros, você pode ter o coração partido por diversos motivos. Como com a morte de um parente querido, porque não conseguiu vaga para alguma escola ou emprego importante, pela distância de amigos e pessoas próximas etc.

Por isso, é fato: se você ainda não passou por isso, vai passar em algum momento. Para te ajudar a lidar com essa fase difícil, vamos te explicar o que acontece, de fato, em nosso corpo quando estamos de coração partido - e por que realmente sentimos uma dor física - e dar dicas importantes para superar a tristeza!

Quando falamos de "coração partido" é uma metáfora para uma mágoa muito grande. Não significa, claro, que nosso coração está literalmente partido. Mas sem dúvidas, às vezes realmente parece que está e conseguimos sentir uma dor física no fundo de nosso peito. Se o sofrimento é apenas emocional, por que dói tanto ter o coração partido? A ciência nos ajuda a entender.

Estudos neurológicos mostram que a dor emocional ativa a mesma região do cérebro que a dor física. Por isso, podemos sentir dores no peito, no estômago e em outros lugares do corpo. A pesquisa conclui também porque frases como "parece que arrancaram meu coração", "sinto que levei um tapa na cara" ou "tenho a sensação que levei um soco no estômago" fazem tanto sentido.

No caso de um coração partido por um término de relacionamento, podemos ir além nas comprovações científicas. Assim como tantas outras coisas - abraçar, praticar esportes, fazer sexo - estar apaixonade libera uma série de hormônios em nossa corrente sanguínea. Quando amamos alguém e estamos em uma relação, a produção de dopamina e ocitocina vão lá pro teto, nos deixando com um humor melhor, mais leves e com a libido acentuada.

A partir do momento em que a fonte desses hormônios é afetada - ou seja, terminamos um relacionamento ou nos magoamos muito com a pessoa que somos apaixonades -, o nível da substância em nosso corpo cai rapidamente. No lugar, hormônios associados ao estresse, como o cortisol, começam a ser produzidos. A exposição à substância a longo prazo pode nos deixar bem ansioses, com problemas no aparelho digestivo e afetar aspectos como a saúde da pele e até mesmo a pressão arterial.

Isso significa que seu corpo está passando por muita coisa, portanto, pegue leve e não exija tanto de si mesme, ok?

Agora que entendemos que o coração partido vai muito além de um sofrimento, mas é também um processo orgânico que afeta o funcionamento de todo o nosso corpo, você deve estar se perguntando: ok, mas como sair dessa? Já adiantamos que não tem regra ou resposta certa, já que cada pessoa é de um jeito, mas separamos aqui cinco dicas gerais que com certeza vão deixar o processo um pouco mais fácil. Confira!

O primeiro grande passo é não fugir da dor. É claro que ninguém gosta de sofrer e nossa tendência é fazer de tudo para o sentimento passar - ou, pior, se jogar de cabeça na bad e se afundar na dor. Tente evitar os dois extremos. Viva o coração partido e não tenha medo de ficar triste. Tentar ignorar o sofrimento só faz com que ele apareça mais tarde, provavelmente ainda mais forte. Porém, tenha um grupo de apoio que te ajude a ter momentos de respiro e alívio, para que nem tudo seja só tristeza.

Ainda sobre ter um grupo de apoio, o contato físico com pessoas amadas, com abraços e carinhos, ajuda na produção de ocitocina. Então, ao ficar próxime de amiges e família estamos literalmente dando uma recarga nos hormônios que estão em falta no nosso organismo, ajudando na sensação de bem-estar e melhorando nosso humor. Mas, é claro, ainda estamos em uma pandemia, então se você conseguir esse acolhimento com pessoas que estão de quarentena com você - melhor ainda!

Aquelas clássicas cenas de comédia romântica em que a pessoa devora um pote de sorvete após o término são reais. O açúcar, de maneira geral, ajuda a reduzir o estresse e dá uma sensação de felicidade nos primeiros minutos após sua ingestão. E não tem nada de errado em querer aliviar na comida o sofrimento de um coração partido. Mas todo o cuidado é pouco! Evite exageros, principalmente se você já lida com algum transtorno alimentar - como compulsão, anorexia ou bulimia.

Sem contar que, a longo prazo, hábitos como uma alimentação saudável e exercícios físicos constantes estão super relacionados à produção de hormônios importantes para o bem-estar mental. Isso quer dizer que com o passar do tempo, ter uma vida saudável vai valer muito mais do que aquele pote de sorvete que você comeu. Equilíbrio é a palavra-chave aqui!

Às vezes, involuntariamente, vamos atrás do que é familiar - mesmo que isso signifique sofrimento. Por isso, é tão comum stalkear ex, fuxicar o perfil da empresa que você não trabalha mais ou ver fotos de pessoas que não estão mais na sua vida. Fazer isso quando não estamos prontes é um tiro no pé e prejudica todo nosso processo de superação. Então evite ficar procurando motivos para sofrer e não perca tanto tempo nos "e se..." - "e se eu não tivesse terminado?", "e se tivesse me esforçado mais?". Tente viver o presente e aceitar o que está em suas mãos hoje.

Guardar tudo para si dificilmente é a resposta. Por isso fale sobre suas emoções, mesmo que não consiga expressar direito em palavras o que está sentindo. Esse é um passo importante para viver a dor, que nem falamos lá na primeira dica. Vale conversar com amiges, parentes e até mesmo se consultar com terapeutas.

Se você não tiver ninguém que confie por perto ou não queira falar por mensagem - o que dificulta nossa vida durante a quarentena -, tente escrever um diário. Além de ser uma forma de desabafar, você poderá ver seu progresso ao longo do tempo. Mas lembre-se: não é um processo linear, então você pode se sentir bem melhor em um dia e ter uma recaída logo depois. Tudo isso é normal. Não se culpe e leve seu tempo.