O racismo sofrido por Eddy Jr. com xingamentos e injúrias causou revolta nas redes sociais. Nesta semana, o humorista compartilhou um vídeo alegando ter sido chamado de "macaco, imundo, feio, urubu e neguinho perigoso" por sua vizinha ao tentar usar o elevador do prédio em que mora em São Paulo.
"Era 2h da manhã, desci com a minha cachorra para ela fazer as necessidades. Na hora que eu ia subir, encontrei com essa vizinha. Foi uma coincidência muito grande. Eu ia entrar no elevador e ela disse que não ia entrar no mesmo elevador que eu. Eu poderia usar o elevador do lado, mas não sou obrigado a mudar de lugar só porque uma mulher racista não quer que eu use o mesmo elevador que ela", disse ao "SP2", da TV Globo.
Nas imagens, a vizinha, Elisabeth Morrone, aparece se recusando a entrar no mesmo elevador que ele, além de questionar as condições financeiras do rapaz por conta de sua cor de pele. "Antes de eu começar a gravar, ela falou várias coisas. Ela falou várias vezes 'como você tem dinheiro para morar aqui', 'não sou obrigada a morar no mesmo lugar com esse tipo de gente igual você'", acrescentou.
Nesta quarta-feira (19) foram divulgadas registros do filho de Elisabeth Morrone com faca e garrafa na porta do apartamento de Eddy Jr. O comediante afirma que é alvo do racismo da família desde abril, exatamente quando começaram as agressões verbais. A queixa da vizinha era que havia muito barulho vindo do apartamento dele durante a madrugada.
"Chegou duas notificações de multa pra mim por importunação e barulho. A minha advogada pediu para ler o livro de reclamações do prédio, e tinha muitas reclamações dessa vizinha sobre mim. Mas eram umas reclamações absurdas. Ela falava que eu desligava a máquina de lavar dela, falou que eu hackeei a internet da casa dela, que eu desligava o fogão dela. Alegou que eu deixei ela sem gás. O condomínio até retirou as multas", contou.
Enquanto falava sobre o genocídio da juventude negra no Brasil em evento no clube Grêmio Náutico União, em em Porto Alegre, Seu Jorge foi vítima de ataques racistas. Em entrevista ao programa Estúdio i, da Globo News, o cantor relatou o caso. "Eu falava sobre a redução da maioridade penal e o genocídio da juventude negra no Brasil. Foi então que, ao sair do palco, comecei a ouvir vaias e gritos de 'mito'", disse, usando uma referência que eleitores fazem ao candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).
Quem esteve presente no evento relatou que Seu Jorge foi hostilizado com gritos de "uh, uh, uh", simulando o som de macacos, além de ouvir termos "negro vagabundo" e "preguiçoso". O artista contou ainda que seu primo, que é produtor da equipe, foi apontado como autor do roubo de um celular: "Uma pessoa havia dito que deixou o celular no meu camarim e que o telefone sumiu, mas não provaram nada".
Assim como Eddy Jr, Seu Jorge também recebeu muitas mensagens de apoio e de carinho após ataques sofridos. "O povo negro brasileiro, além de estar exausto, entende o processo histórico e reconhece que, em alguns setores, não é bem-vindo. Não cabe mais ficarmos polarizados desse jeito. Conclamo às pessoas que, no dia 20 de novembro (Dia da Consciência Negra), façamos uma passeata para promover o amor e celebração", pediu o cantor.