Quem estava acordado na madrugada em que "BEYONCÉ" foi lançado de surpresa, lá em 2013, lembra bem do impacto que o projeto teve. Beyoncé lançou seu primeiro álbum visual, com hits como "Drunk in Love" e "Flawless", e 18 vídeos impecáveis - um deles, inclusive, filmado no Brasil. Sob a influência de Queen B, vários artistas passaram a lançar seus próprios álbuns visuais e a estratégia se tornou o conceito queridinho da indústria. Bey não foi a primeira: Michael Jackson e Prince já tinham dado passos para este tipo de projeto lá nos anos 80.
Artistas pretos foram pioneiros em muitas frentes na indústria musical, mas ainda assim, a história falha em reconhecer isso. Viemos enaltecer 8 álbuns visuais de artistas pretos que entregaram absolutamente TUDO e não podemos deixar cair no esquecimento.
O segundo álbum visual da diva foi lançado em 2016, com uma estreia na HBO. "LEMONADE" marcou o momento em que Beyoncé levantou sua voz e falou abertamente sobre a cultura preta, o racismo na indústria e até seu relacionamento com Jay-Z. Inesquecível.
Prestes a completar um ano, "After Hours" entrega um storytelling simplesmente IMPECÁVEL. The Weeknd construiu um personagem e o carregou durante a era inteira, aparecendo como ele até em premiações. Os clipes e as apresentações ao vivo formam uma história que faz críticas pesadas à cultura de celebridades.
Segundo trabalho do rapper, lançado em 2018, o álbum veio acompanhado de um curta-metragem que ganhou o prêmio Grand Prix de Cannes. Coisa pouca, né?! Baco também selecionou fotos para representar cada uma das faixas do disco - que são belíssimas.
Temos que enaltecer os clássicos: "Bad" é um dos álbuns mais marcantes da carreira do Rei do Pop. "Moonwalker" foi o filme que compilou todos os clipes lançados para o disco, junto com vários curtas, formando uma única história.
Janelle já é símbolo de estéticas que se destacam! Ela lançou "Dirty Computer" em 2018, inspirada pelo afrofuturismo, junto de um "filme de emoção", como ela mesma chama. A fotografia é linda e a história sobre identidade e luta contra um sistema homofóbico é maravilhosa.
O cantor lançou "Endless", na verdade, para finalizar seu contrato com a antiga gravadora - um dia antes de lançar o maravilhoso "Blonde". Mas vale a pena dar uma chance para "Endless", que tem uma pegada visual mais abstrata.
Se você ainda não conhece o Todrick Hall, precisa dar uma chance para este álbum visual incrível. O filme-álbum arrasa na ironia: é a história de queers pretos que dominam a nação e são atacados por serem racistas contra brancos e heterofóbicos.
"Runaway" foi lançado como parte da divulgação do álbum "My Beautiful Dark Twisted Fantasy", de 2010, e conta com duas músicas do disco. Não foi um álbum visual no formato que a gente conhece, mas o trabalho é incrível e vale a pena ser enaltecido!
São tantos projetos maravilhosos, que não podemos deixar de citar. "BEYONCÉ", que foi o pioneiro desta nova onda, e "Black Is King", da Beyoncé, são obras de arte; Jay-Z também investiu no conceito em "4:44", logo depois que a esposa lançou o "LEMONADE". Todrick Hall também já tinha apostado nos visuais em "Straight Outta Oz", inspirado pelo filme "O Mágico de Oz". E claro, "Purple Rain", o filme de Prince, que nasceu do álbum de mesmo nome - um dos mais importantes não só na carreira do cantor, mas na história da música.