O Facebook e o Instagram tomaram uma atitude inédita depois de Jair Bolsonaro propagar uma fake news em relação à vacina da Covid-19 na última semana. Neste domingo (24), ambas as redes sociais decidiram tirar do ar a live em que o Presidente do Brasil compartilhou a mentira de que as pessoas com as duas doses estariam desenvolvendo a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, a AIDS, "muito mais rápido do que o previsto".
Durante a transmissão, Bolsonaro espalhou a inverdade da seguinte forma: "Só vou dar notícia, não vou comentar. Já falei sobre isso no passado, apanhei muito...vamos lá: relatórios oficiais do governo do Reino Unido sugerem que os totalmente vacinados... quem são os totalmente vacinados? Aqueles que depois da segunda dose né... 15 dias depois, 15 dias após a segunda dose.. totalmente vacinados...estão desenvolvendo Síndrome da Imunodeficiência Adquirida muito mais rápido do que o previsto. Portanto, leiam a matéria, não vou ler aqui porque posso ter problema com a minha live".
O Facebook e o Instagram decidiram não deixar Bolsonaro impune e apagaram o vídeo por conta de suas políticas de segurança. A rede social de Mark Zuckerberg, que chocou internautas por recente queda de horas, alegou que elas "não permitem alegações de que as vacinas de Covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas", segundo um porta-voz da plataforma.
Quem também se manifestou e desmentiu Bolsonaro foi o Departamento de Saúde e Assistência Social do próprio Reino Unido, afirmando ao "G1" que o Presidente estaria propagou uma mensagem enganosa à população brasileira. O site que o Presidente teria tomado como base é o beforeitnews.com, conhecido por espalhar fake news e teorias da conspiração.
Neste mesmo site conspiracionista, já foram publicados textos dizendo que as vacinas rastreiam os vacinados e que milhões de pessoas morreram após suas doses. Zahraa Vindhani, oficial de comunicações da Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido, disse que "as vacinas contra a Covid-19 não causam Aids". "A Aids é causada pelo HIV", declarou.
Cada vez mais desacreditado, a fala de Bolsonaro, desta vez, não teve tanta repercussão quanto seus vexames anteriores, como quando ele vetou a distribuição de absorventes gratuitos às mulheres. Incrível (contém ironia), como o Presidente da República opta por usar seu espaço na internet para espalhar notícias falsas, em vez de prestar conta de seus pensamentos e ações.
Vale lembrar que essa não é a primeira vez que as redes sociais removem um vídeo sobre uma postura negativa de Bolsonaro. Em março deste ano, o Facebook e o Instagram também deletaram imagens de quando ele provocou aglomerações por Brasília, quando o país ainda registrava mais de 2 mil mortes por dia, segundo a média móvel.