Defenda o Livro: por que cobrar impostos em cima de livros é um problema?
Publicado em 11 de agosto de 2020 às 13:58
Por Purebreak
Se você procurar na internet a média de livros que um brasileiro lê, vai se surpreender com o baixo número. Apesar do país possuir um mercado relativamente grande, é muito pequeno se comparado a outros países. E o nosso governo, em vez de estimular o hábito de leitura, pode adotar uma medida que irá tornar esse costume ainda mais raro.
#DefendaOLivro: hashtag bomba no Twitter após Ministério da Economia decidir voltar a cobrar impostos em cima de livros #DefendaOLivro: hashtag bomba no Twitter após Ministério da Economia decidir voltar a cobrar impostos em cima de livros© Getty Images
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Não é novidade pra ninguém que o Twitter é o lugar para encontrar ótimos memes e dar boas risadas, né? No entanto, engana-se quem acha que não há espaço para assuntos mais sérios na rede social. Nesta terça-feira (11), a hashtag #DEFENDAOLIVRO encontra-se entre o assuntos mais comentados e por um motivo muito importante: a taxação de impostos em cima das editoras de livros. Se você ainda não entendeu a seriedade do assunto, pode deixar que o Purebreak vai explicar o que está rolando e porque devemos nos preocupar.

Desde 1946, o mercado de livros é protegido pela Constituição de pagar impostos. O objetivo sempre foi tornar popular o acesso à leitura. No entanto, uma reforma tributária idealizada pelo Ministério da Economia pode mudar isso. A ideia é que livros, a partir de agora, sejam taxados em 12% para a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). E isso, claro, fará com que livros fiquem mais caros. Além da nova medida afetar bastante o setor, que já vê o seu faturamento diminuir bastante desde 2006 - e que sofreu ainda mais em 2020 por conta da pandemia do Coronavírus -, isso diminuirá o acesso à leitura. E não era bem essa a ideia da nossa Constituição, né?

Durante a audiência na Comissão Mista da Reforma Tributária, o ministro da Economia, Paulo Guedes, deu diversas declarações problemáticas sobre o assunto, dando a entender que o hábito de comprar livros seria "coisa de rico". Nem é preciso dizer que esse argumento foi a cereja do bolo para deixar a internet ainda mais revoltada, né? Afinal, se já estamos falando de um hábito que é elitizado, a resposta para isso é torná-lo ainda mais caro? Para tentar diminuir a polêmica, Guedes ainda declarou que o governo faria doações de livros. No entanto, não há nenhuma confirmação oficial desta ação.

De acordo com dados levantados pela Folha de São Paulo, na última edição da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, que contou com 600 mil pessoas, a maioria era de jovens da classe C. Na Flup (Feste Literária das Periferias), os dados mostram que 97% se declaram leitores frequentes, 51% têm entre 10 e 29 anos, 72% são não brancos e 68% pertencem às classes C, D e E. Ou seja, a reforma tributária em cima do mercado de livros vai sim atrapalhar a vida de muitos leitores.

Veja como o assunto está repercutindo no Twitter:

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