Em dezembro de 2020, Harry Styles ganhou os holofotes por ser o primeiro homem a posar com vestido na capa da revista Vogue. Na época, as fotos causaram polêmica de várias formas. Assim como existiam pessoas que não curtiram ver um homem com peças de roupas conhecidas por serem femininas (ou seja, vivem no século passado), muitos acharam que Harry não seria a pessoa ideal para estrelar a capa histórica.
Um desses foi Billy Porter, que fez parte do elenco do remake "Cinderela", com Camila Cabello, como uma fada madrinha moderna e diferente. A entrevista com Billy para o "The Sunday Times" foi ao ar no último domingo (17) e o artista fez duras críticas à revista e à escolha por Harry Styles, levando em conta que ele próprio é uma pessoa que usa vestidos há anos e sempre foi um grande representante da comunidade LGBTQIAP+. Entenda o que rolou!
O fato de Harry Styles ser um homem branco e cis foi o principal motivo para críticas de Billy Porter à revista Vogue, já que mulheres trans e pessoas não-bináries negras são os maiores alvos de preconceito e violência. Em entrevista, o artista falou sobre a "nova moda" de homens que usam roupas consideradas de "mulheres" e, claro, as fotos de Harry foram mencionadas.
"Eu pessoalmente mudei todo o jogo. Não é uma questão de ego, é apenas um fato. Eu fui o primeiro a fazer e agora todos estão fazendo. Acho que a indústria de moda me aceitou porque eles precisavam, mas não sei exatamente o porquê. Eu comecei a conversa sobre moda não-binária e, ainda assim, a Vogue escolheu Harry Styles, um homem branco hétero, para estrelar a primeira capa de vestido", afirmou.
Porém, Billy Porter fez questão de ressaltar que as críticas não são direcionadas ao cantor britânico, apenas à escolha de sua imagem para esse momento marcante. "Não estou criticando o Harry Styles, mas é ele que você vai escolher para representar essa nova conversa? Ele não se importa, ele está fazendo isso porque é moda", completou o ator de "Cinderela".
A grande maioria dos internautas entendeu o lado de Billy Porter, afinal, pessoas negras são constantemente excluídas do movimento LGBTQIAP+ e optar por Harry Styles, apesar de ainda ter levantado polêmica, foi uma escolha mais "segura". Porém, muitos comentaram nas redes sociais que Harry Styles nunca revelou publicamente sua sexualidade e, portanto, não é possível rotulá-lo como um homem hétero.
Além disso, a capa do cantor para Vogue causou certo estranhamento e provocou conversas importantes. Por exemplo, a autora e política conservadora Candace Owens foi ao Twitter quando as fotos foram lançadas, pedindo para que "os homens másculos voltassem". Logo depois, Harry postou uma imagem no Instagram com essa legenda, ironizando a fala de Owens.
De fato, Billy não está errado em demandar maior representatividade para as pessoas negras na comunidade LGBTQIAP+, que vêm fazendo história há anos. Como o próprio artista comentou, não é culpa de Harry Styles, apenas uma reflexão importante que precisa ser feita.