Se você cresceu assistindo "Hannah Montana" e ouvindo as músicas de Miley Cyrus, provavelmente se "chocou" quando veio a era "Bangerz". Lembrada até hoje, esse momento na carreira da ex-Disney representa sua virada de chave. Parecia que Miley tinha começado a mostrar toda a sua verdade: uma jovem destemida, afrontosa, com sex appeal, menos feminina e que fumava maconha. O tempo passou, a cantora de 26 anos nem está mais presa a essa figura de 2013, mas ainda há um tabu muito grande quando fala sobre o uso que faz da famosa Cannabis. Recentemente, a artista revelou que voltou a fumar e até tem postado umas imagens divertidas sobre o assunto, sempre deixando claro que usa.
Como foi dito anteriormente, Miley Cyrus fez parte da infância de muita gente e ainda serve de influência para vários jovens. Então é normal que muitos pais se sintam incomodados com essa espécie de "apologia" e como isso pode influenciar seus filhos. Nós do Purebreak compreendemos absolutamente esse tipo de preocupação, mas também temos o dever de desmistificar algumas coisas quando o assunto é maconha. Novamente, o nosso intuito não é fazer apologia e nem chocar - como Miley pretendia em 2013 -, o objetivo é apenas trazer reflexão sobre o assunto. Pensando nisso, listamos 6 coisas que é preciso ter em mente quando falamos de maconha.
A Cannabis é uma planta que está aí no nosso planeta há muito tempo, bem antes de algumas pessoas chagarem e decidirem o que era certo ou errado. Na verdade, houve um tempo que ela era usada como remédio e vendida dessa forma. Havia xaropes para tosse e até remédios para dormir feitos a partir da erva. Mais do que isso, até papel era produzido a partir da planta. Te juro, viu? Antigamente, retirava-se fibra de cânhamo dos caules da maconha e era com essa matéria-prima que se produzia papel e até tecidos. Cânhamo também era muito usado para produzir cordas, velas de barco, redes de pesca e qualquer material que precisasse ser mais resistente. Ou seja, era uma planta - assim como várias outras - que servia pra fazer um bando de coisa.
Então quando foi que a galera começou a implicar com a bendita maconha? Ao mesmo tempo que a planta servia pra essas várias utilidades, quem fumava não era bem visto. A erva era usada, basicamente, por minorias no início do século 20. No Brasil, por exemplo, era vista como "coisa de negro", pois muitos fumavam nos terreiros de Candomblé. Nos Estados Unidos, eram os imigrantes mexicanos quem mais usavam, assim como os árabes e indianos que chegavam à Europa. Ou seja, todo mundo que não era branco e cristão. Então, proibir a maconha era uma forma de controlar essas minorias.
Muitos estudos dizem que as pessoas não são viciadas na maconha e sim no ato de fumar. Criam-se hábitos e os indivíduos ficam presos a ele. Ainda assim, a taxa de pessoas "dependentes" de maconha é bem menor que as dependentes de álcool. Mas como tudo na vida, é preciso ter equilíbrio. Sem falar que não podemos esquecer que existem pessoas que são viciadas em chocolate, refrigerante e até em gastar dinheiro e essa história de "porta de entrada para drogas mais pesadas" é meio que balela. Na verdade, não há um estudo que comprove isso. No entanto, depois do álcool e do cigarro, a maconha é a substância mais acessível. Então, quem será que é a porta de entrada?
Como já foi dito lá no primeiro tópico, a maconha tem sim esse "poder" medicinal, mas também não é pra achar que é a solução de todos os problemas. O uso da maconha para fins terapêuticos já é permitido em 22 países e aqui no Brasil é desde 2014. No entanto, o pedido precisa ser feito através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que ainda não libera o cultivo no nosso país, nem que seja para fins medicinais. A maconha é usada geralmente para tratra doenças como esclerose múltipla, Alzheimer, ansiedade, esquizofrenia, glaucoma e tantas outras. No entanto, é extramente importante consultar um médico antes de usas a Cannabis para estes fins.
Muitas pessoas ficam desesperadas quando se fala em legalização da maconha porque acham que, quando isso acontecer, a substância será distribuída em qualquer lugar. Porém precisamos alertar que legalizar não é liberar. Aliás, há diversos exemplos de países, como a Holanda, em que o consumo de maconha não aumentou desde que o uso da "droga" foi permitido. No entanto, aqui no Brasil o buraco é mais em baixo. No nosso país vive há muito tempo uma verdadeira guerra às drogas e a população negra é a maior vítima. O crime organizado comanda o tráfico de drogas e a polícia, na tentativa de impedir todo esse avanço, faz milhares de vítimas. E essas guerras costumam acontecer onde? Nas favelas. É por isso que ativistas que lutam pela legalização da Cannabis acreditam que a autenticação da planta diminuirá o poder do crime organizado e, consequentemente, esse guerra que já levou muita gente.
Se você chegou até aqui esperando ler um "sim" ou "não", lamentamos informar que essa simples resposta não virá. Esse tema é bastante complexo e todo esse nosso textão não é nem o começo da discussão. O único intuito do Purebreak é informar e alertar que na vida tudo precisa ser feito com equilíbrio. Não faça nada que você não queira e nem se force porque "todo mundo está fazendo". Se conheça o suficiente para entender os seus limites e saber o que te faz bem. Se você acha que ainda não tem maturidade para entender todo esse processo, é porque precisa passar por outras experiências antes de tomar certas decisões. Converse, estude, tire suas dúvidas e não esconda o que está sentindo da sua família e nem de amigos.
Mais uma vez, o Purebreak reforça que o nosso intuito com essa coluna é apenas trazer a reflexão. Nossa redação é apenas compostas por jornalistas que leem e estudam bastante antes de escrever suas matérias. Então, para que não fique nenhum tipo de dúvida, separamos alguns vídeos que serviram de inspiração para a elaboração desse verdadeiro textão: