Os Estados Unidos, assim como o Brasil, sofrem até hoje com o racismo, presente desde a importação de negros escravizados. Vivendo de maneira diferente esse cenário, o país passou por uma série de protestos e pressões por volta dos anos 50 e 60. Lá estava Malcolm X, que atuou em uma organização religiosa chamada Nação do Islã e foi um dos principais líderes do movimento negro no país. Seu aniversário seria comemorado nesta quarta-feira, 19 de maio, mas Malcolm foi assassinado antes de completar os 50 anos. Mesmo assim, sua história foi cheia de reviravoltas, aprendizados e momentos históricos. Veja alguns fatos sobre ela!
1. Malcolm X nasceu em 19 de maio de 1925, em Omaha, Nebraska. O pai, Earl Little, também foi um ativista do movimento negro, tendo pertencido à Universal Negro Improvement Association (Associação Universal Pelo Progresso dos Negros). Sua mãe se chamava Louise Little.
2. Earl, o pai, foi assassinado em 1931 por supremacistas brancos. Antes, a família tinha sofrido intensa perseguição do grupo Ku Klux Klan - hoje em dia totalmente condenado pelas atitudes racistas -, o que fez até com que se mudassem algumas vezes. O ápice dos ataques ocorreu quando a casa de Malcolm X foi incendiada.
3. Depois do que aconteceu, Malcolm foi morar em uma lar de adoção, aos 13 anos, assim como seus irmãos. A empresa responsável se recusou a pagar o seguro de vida do pai, alegando que teria sido um suicídio, e Louise Little passou a viver em uma clínica de psiquiatria, onde permaneceu por mais de 20 anos.
4. Uma experiência triste e traumática na vida de Malcolm ocorreu ainda na escola, quando um professor o desencorajou a ser advogado e o aconselhou a profissão de carpinteiro, com a justificativa de que se encaixaria melhor com o perfil do aluno. Caso de racismo explícito que, inclusive, é mostrado no filme "Malcolm X", dirigido por Spike Lee, cineasta conhecido e renomado no ramo. Se tiver interesse em saber ainda mais sobre a vida de Malcolm X, você pode conferir a produção pela Netflix.
5. O líder foi de Lansing para Boston morar com a irmã e passou a trabalhar como engraxate. Já habituado com a violência e a vida nas ruas, ele se mudou depois para Nova York, onde passou a fazer pequenos furtos até ser preso e condenado.
6. Mas sua história não ficaria por isso mesmo. Foi na prisão, através das visitas do irmão Reginald Little, que Malcolm foi apresentado ao Nação Islã, uma organização que seguia a religião islâmica e defendia os direitos dos afro-americanos.
7. Ao entrar para a religião, em 1953, Malcolm deixou seu sobrenome "Little" e adotou o "X" no lugar, já que seguia a lógica de que o nome oficial não tinha vindo de seus ascendentes, mas de pessoas brancas que nomeavam os escravizados durante o período de exploração do povo.
8. Já em liberdade, o ativista foi nomeado ministro de um templo da organização e passou a escrever textos como jornalista, que defenfiam a separação da população negra nos Estados Unidos, o que causava controvérsias com outros líderes, como Martin Luther King Jr. Além disso, Malcolm também destoava do ativista ao falar do uso da violência para resistir aos ataques de racismo. Mesmo assim, eles tinham um propósito em comum, que nunca foi negado.
9. Malcolm resolveu se separar do Nação Islã em 1964, após brigas com o líder do movimento, Elijah Mohammad. A partir daí, ele funda seu próprio segmento religioso e embarca para uma viagem à Meca, na Arábia Saudita. Ao voltar para os Estados Unidos, Malcolm abandona a ideia do separatismo e ameniza o discurso sobre o uso da violência.
10. Infelizmente, ele não pôde continuar a trajetória por muito mais tempo. O ativista morreu em 21 de fevereiro de 1965, baleado durante uma palestra que realizava em Nova York. A suposição que tem mais força é a de que ele foi assassinado por membros do Nação Islã, seguidores de Elijah Mohammad que foram vingar a briga com o líder.
O legado de Malcolm X é lembrado a partir de uma trajetória que surge também do cenário em que pessoas negras eram colocadas. Tendo sofrido ataques desde a infância, racismo e pobreza, o líder conseguiu reverter sua própria não aceitação às origens e influenciou afro-americanos pela luta de direitos básicos no país. Por isso, Malcolm X é hoje uma das figuras mais marcantes na busca de direitos civis da população preta dos EUA e do movimento negro.