O mês de junho foi dedicado a falar sobre a comunidade LGBTQIAP+ e todas as suas lutas e dificuldades. Considerado como o Mês do Orgulho, é o momento ideal para trazer à tona questões que, ao longo do ano, podem permanecer invisíveis para pessoas de fora da comunidade - o que, infelizmente, ainda acontece muito.
Nesta terça-feira (28) é o dia oficial do orgulho e, pensando nisso, o Purebreak separou 8 personalidades históricas que ajudaram a comunidade LGBTQIAP+ e ainda explicamos por que celebramos o dia 28 de junho. Confira!
Esse é um fato conhecido, mas sempre é bom lembrar toda a história por trás do Dia do Orgulho LGBTQIAP+. Em 28 de junho de 1969 aconteceu um atentado que marcaria a jornada da comunidade para todo o sempre. Neste dia, policiais invadiram o Stonewall, bar conhecido em Nova York por reunir gays, lésbicas, travestis e mais membros da comunidade.
Após o episódio de violência infundado, a resistência começou a se organizar de forma mais unida. Inclusive, no ano seguinte, tivemos a 1ª Parada do Orgulho Gay nos EUA - evento que se espalhou internacionalmente, chegando no Brasil. Por isso, junho se tornou um marco tão importante para a luta contra a LGBTQIAP+fobia.
Mas, é claro, vale lembrar que se posicionar contra o preconceito não é só para esse mês e deve acontecer durante todos os dias do ano!
Atualmente, no Brasil, a comunidade LGBTQIAP+ possui alguns direitos importantes, como o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a possibilidade de usar o nome social. Entretanto, essas conquistas não vieram da noite para o dia e muitas pessoas foram atacadas, excluídas e até mortas para que, hoje, tivéssemos mais liberdade.
Relembre 8 personalidades LGBTQIAP+, de diferentes épocas, contextos e países, que marcaram a história!
Cazuza foi um dos cantores mais populares do Brasil e sua vivência trouxe atenção ao debate sobre a comunidade LGBTQIAP+ e o vírus da AIDS - que, na época, atingiu muitos homens homossexuais. A voz de "Exagerado" era, sem dúvidas, muito polêmica e não tinha medo de mostrar a sua real identidade em um país conservador, em plena Ditadura Militar. Não à toa, Cazuza, que faleceu em 1990, é lembrado até hoje pela sua arte e pela sua personalidade afrontosa, que evidenciou assuntos que muitos queriam esconder.
Laerte é cartunista e desenhista brasileira que publicou o seu trabalho em alguns dos jornais e revistas mais conhecidos do país. A artista ficou famosa, tendo o traço divulgado amplamente, fácil de ser reconhecido pelo humor crítico. Depois de anos no mercado, Laerte se assumiu como uma mulher trans, publicando até mesmo charges sobre o assunto. Ela ganhou documentário na Netflix, onde explica mais detalhes da transição e a reação e apoio da família e amigos.
A eterna vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, marcou a história do Brasil. Seu nome ficou ainda mais conhecido após ser brutalmente assassinada em 14 de março de 2018. As investigações andam a passos lentos e, até hoje, não se sabe, com certeza, quem mandou matar Marielle. No atentado, Anderson Gomes, motorista da vereadora, também morreu. Franco dedicou a sua luta política para ajudar mulheres negras, pobres e LGBTQIAP+ e era casada com Mônica Benício.
Alan Turing foi um matemático britânico e cientista da computação que mudou a história de várias formas. O rapaz foi responsável por criar a base do que chamamos de computador e auxiliou na luta contra o Partido Nazista. Porém, por ser um homem gay, Alan foi submetido à castração química, após ser condenado por "indecência". Um dos maiores talentos do mundo da ciência provavelmente cometeu suicídio em 1954, após sofrer com os graves efeitos do procedimento invasivo e criminoso.
Frida ficou conhecida pelo seu longo casamento com o também pintor Diego Rivera, porém, ela era uma mulher bissexual e nunca escondeu isso. Assim como também nunca fez questão de maquiar as suas opiniões políticas - chegando até mesmo a receber Leon Trotsky no México, na década de 40, quando ele estava fugindo de Stalin. Hoje, Frida é lembrada por sua força e resistência como mulher latina, mas também marcou o movimento LGBTQIAP+.
Sally Ride ficou popular por ser a primeira mulher a viajar ao espaço. Porém, só depois da sua morte, em 2012, as pessoas puderam saber mais sobre ela. No obtuário de jornal, criada pela própria astronauta, uma outra mulher, Tam O'Shaughnessy, foi apresentada como sua "parceira por 27 anos". Assim, Sally também foi a primeira pessoa LGBTQIAP+ a chegar ao espaço.
Mulher trans, negra, drag queen e prostituta, Marsha, com certeza, marcou a história da luta LGBTQIAP+ e do movimento feminista. Ela, inclusive, foi uma das vozes ativas na rebelião de Stonewall, que é a grande razão por trás do Mês do Orgulho. Sua influência foi tão importante, principalmente no auxílio à comunidade trans e pobre, que Johnson ganhou documentário na Netflix, chamado "A Morte e a Vida de Marsha P. Johnson".
Robbie era um importante jogador de futebol americano quando, em 2013, aos 25 anos, se aposentou precocemente. O motivo? Ele se assumiu homossexual. Desde então, Rogers se tornou símbolo de resistência e aceitação no meio do esporte - que pode ser tão machista e homofóbico. Um dos livros que ajudou Robbie em seu processo de se assumir ao mundo foi "My Policeman" e, por isso, ele é um dos produtores da adaptação, que conta com Harry Styles no elenco.