Michael B. Jordan é apontado como suspeito de chacina no Ceará
Publicado em 7 de janeiro de 2022 às 18:15
Por João Maturana
Diversos casos já apareceram na mídia apontando como aparelhos tecnológicos foram desenvolvidos por meio de algoritmos racistas que prejudicam pessoas negras. Nesta semana, isso não foi diferente. Por conta de um procedimento de reconhecimento facial para apontar suspeitos de uma chacina no Ceará, pessoas inocentes, incluindo o ator estadunidense Michael B. Jordan, apareceram na lista de possíveis culpados. Entenda o caso!
Michael B. Jordan é apontado como suspeito de chacina no Ceará
Reconhecimento facial inclui imagem do ator Michael B. Jordan como suspeito de Chacina da Sapiranga, no Ceará
A Polícia do Ceará incluiu a foto do estadunidense Michael B. Jordan ao lado de outros suspeitos pela Chacina da Sapiranga, que resultou na morte de cinco pessoas no dia 25 de dezembro
O Inquérito Policial da Chacina da Sapiranga apontou Michael B. Jordan em uma das três imagens de um Termo de Reconhecimento Fotográfico da Polícia Civil do Ceará (PCEE)
O procedimento de reconhecimento por fotos é conhecido por sua eficácia duvidosa por mandar várias pessoas inocentes para a cadeia, como provado pela própria Justiça
A chacina envolvendo a polêmica em torno de reconhecimento fotográfico pelo uso da imagem do ator Michael B. Jordan ocorreu no bairro de Sapiranga, em Fortaleza
Michael B. Jordan é mundialmente conhecido pelos seus papéis em "Pantera Negra", "Quarteto Fantástico" e "Creed"
Essa não é a primeira vez que o método de reconhecimento fotográfico apresenta problemas na hora de identificar suspeitos de um crime
Antônio Cláudio Barbosa de Castro é uma das vítimas do método de reconhecimento fotográfico que o mandou para a prisão por quase cinco anos por ter sido acusado de estupro
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A Polícia do Ceará incluiu o ator Michael B. Jordan como um dos suspeitos da Chacina ocorrida no bairro de Sapiranga, em Fortaleza, no dia 25 de dezembro, que resultou na morte de cinco pessoas. Isso aconteceu por conta da utilização do método de reconhecimento por fotos. O procedimento é conhecido por sua eficácia duvidosa ao mandar diversos inocentes para a cadeia, como provado pela própria Justiça.

Foto de Michael B. Jordan aparece em reconhecimento fotográfico feito pela Polícia do Ceará para identificar suspeitos de chacina © Getty Images

O Inquérito Policial da Chacina da Sapiranga apontou o astro estadunidense, mundialmente conhecido pelos seus papéis em "Pantera Negra", "Quarteto Fantástico" e "Creed", em uma das três imagens de um Termo de Reconhecimento Fotográfico da Polícia Civil do Ceará (PCEE). Tal processo foi realizado algumas horas depois da Chacina e resultou em um jovem de 16 anos apontado como suspeito dos crimes, como informou o Diário do Nordeste.

Polícia do Ceará justifica investigações de Chacina da Sapiranga

Em nota, a Polícia Civil do Ceará revelou que as investigações do caso já identificaram 28 pessoas possivelmente envolvidas. Segundo a Instituição, o trabalho feito por ela juntou elementos comprobatórios a partir de provas técnicas, testemunhais e por meio de perícias.

Reconhecimento por fotos coloca Michael B. Jordan ao lado de suspeitos por Chacina da Sapiranga © Reprodução, Diário do Nordeste

Ela ainda afirma que o reconhecimento fotográfico é apenas uma das etapas que podem levar um acusado a ser indiciado. "Depoimentos de testemunhas e perícias técnicas nos locais de crime também constituem parte do processo de investigação."

Reconhecimento fotográfico já condenou inocentes

Acredite ou não, essa não é a primeira vez que o reconhecimento fotográfico teve problemas na hora de identificar suspeitos de um crime. Em 2020, em um Inquérito que apurava a Chacina de Quiterianópolis, também no Ceará, imagens de três modelos apareceram ao lado de um policial militar, acusado de ter envolvimento nos cinco assassinatos. Isso fez com que a defesa do PM questionasse a prova.

Já em 2021, o motorista de aplicativo Francisco Wellington da Silva Freitas foi preso devido ao método do reconhecimento fotográfico, ao ser apontado como suspeito de um homicídio. Somente depois de passar 45 dias encarcerado que a defesa conseguiu sua soltura. Antes disso, Francisco, de 36 anos, nunca tinha sequer passado pela prisão.

Antônio Cláudio Barbosa de Castro ficou preso por quase cinco anos por conta do reconhecimento fotográfico © Reprodução, /Natinho Rodrigues

Além desses, em 2019 o borracheiro Antônio Cláudio Barbosa de Castro foi solto após passar mais de quatro anos preso por ter sido acusado de estupro. A Polícia Civil também havia usado o reconhecimento fotográfico como prova, além do reconhecimento pessoal feito por uma das vítimas que era menor de idade.

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