A Polícia do Ceará incluiu o ator Michael B. Jordan como um dos suspeitos da Chacina ocorrida no bairro de Sapiranga, em Fortaleza, no dia 25 de dezembro, que resultou na morte de cinco pessoas. Isso aconteceu por conta da utilização do método de reconhecimento por fotos. O procedimento é conhecido por sua eficácia duvidosa ao mandar diversos inocentes para a cadeia, como provado pela própria Justiça.
O Inquérito Policial da Chacina da Sapiranga apontou o astro estadunidense, mundialmente conhecido pelos seus papéis em "Pantera Negra", "Quarteto Fantástico" e "Creed", em uma das três imagens de um Termo de Reconhecimento Fotográfico da Polícia Civil do Ceará (PCEE). Tal processo foi realizado algumas horas depois da Chacina e resultou em um jovem de 16 anos apontado como suspeito dos crimes, como informou o Diário do Nordeste.
Em nota, a Polícia Civil do Ceará revelou que as investigações do caso já identificaram 28 pessoas possivelmente envolvidas. Segundo a Instituição, o trabalho feito por ela juntou elementos comprobatórios a partir de provas técnicas, testemunhais e por meio de perícias.
Ela ainda afirma que o reconhecimento fotográfico é apenas uma das etapas que podem levar um acusado a ser indiciado. "Depoimentos de testemunhas e perícias técnicas nos locais de crime também constituem parte do processo de investigação."
Acredite ou não, essa não é a primeira vez que o reconhecimento fotográfico teve problemas na hora de identificar suspeitos de um crime. Em 2020, em um Inquérito que apurava a Chacina de Quiterianópolis, também no Ceará, imagens de três modelos apareceram ao lado de um policial militar, acusado de ter envolvimento nos cinco assassinatos. Isso fez com que a defesa do PM questionasse a prova.
Já em 2021, o motorista de aplicativo Francisco Wellington da Silva Freitas foi preso devido ao método do reconhecimento fotográfico, ao ser apontado como suspeito de um homicídio. Somente depois de passar 45 dias encarcerado que a defesa conseguiu sua soltura. Antes disso, Francisco, de 36 anos, nunca tinha sequer passado pela prisão.
Além desses, em 2019 o borracheiro Antônio Cláudio Barbosa de Castro foi solto após passar mais de quatro anos preso por ter sido acusado de estupro. A Polícia Civil também havia usado o reconhecimento fotográfico como prova, além do reconhecimento pessoal feito por uma das vítimas que era menor de idade.