O Ministério da Educação (MEC) informou nesta segunda-feira (3) que irá cortar as verbas de universidades que não apresentarem um bom desempenho acadêmico e servirem de palco para algazarras, ou "balbúrdia", como afirmou o ministro Abraham Weintraub. Com essa "novidade", três universidades já tiveram 30% dos seus orçamentos cortados: Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA). É óbvio que o mês de abril não ia acabar sem mais nenhuma surpresinha do governo de Bolsonaro, né?
"Universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas", disse o ministro em entrevista para o jornal Estadão. De acordo com Weintraub, algumas universidade têm permitido eventos políticos, manifestações partidárias e festas consideradas inadequadas ao ambiente universitário. "A universidade deve estar com sobra de dinheiro para fazer bagunça e evento ridículo", declarou. Além disso, Abraham também falou sobre alguns exemplos do que consideram bagunça: "Sem-terra dentro do câmpus, gente pelada dentro do câmpus".
De acordo com as informações do MEC, essas três universidades já tiveram 30% das suas dotações orçamentárias anuais bloqueadas. Os cortes atingem o que chamam de "despesas discricionárias", que servem para custear gastos com água, luz, limpeza, bolsas de auxílio a estudantes, entre outros. Quando questionado se isso seria uma forma de censura, ele afirmou que todos "têm, logicamente, o direito de se expressar", mas pontuou outra vez que o bom desempenho acadêmico é essencial. "Só tomaremos medidas dentro da lei. Posso cortar e, infelizmente, preciso cortar de algum lugar. Para cantar de galo, tem de ter vida perfeita", afirmou.
Mas ao contrário do que Abraham Weintrab acha, o desempenho da Unb, UFBA e UFF não caiu e continua em destaque em avaliações internacionais. De acordo com a avaliação da Times Higher Education (THE), a Unb e a UFBA tiveram melhor pontuação na última edição. Na classificação das melhores da América Latina, a Unb, que estava na 19ª posição em 2017 e subiu para 16ª em 2018. A UFBA passou da 71ª para 30ª; Já a UFF se manteve em 45º. De acordo com a publicação, as três instituições se destacam pela boa avaliação em ensino e pesquisa. Parece que tem alguém precisando frequentar mais as universidades, né?