Segundo o El País, Madrid será a próxima sede da Horse, a empresa da Renault para a produção e desenvolvimento de motores a combustão. O jornal afirma que a Renault confirmou esta informação internamente.
A cidade tem como principal concorrente (até uma confirmação oficial) a Romênia, origem da Dacia, empresa que atrasará sua eletrificação para continuar mantendo uma posição de veículo acessível em um mercado que há tempos vem tornando as coisas muito complicadas.
A decisão, segundo o jornal, baseia-se na infraestrutura que a Renault já tem montada na Espanha. Em Sevilha, fabrica caixas de câmbio e, em Valladolid, desenha motores. Plantas que foram fundamentais para que parte do futuro da empresa francesa passe pelo país. Por enquanto, é um rumor e uma possibilidade, não um fato confirmado.
Embora as autoridades europeias estejam determinadas a impulsionar o carro elétrico, a Renault mostrou-se contrária a este plano. Luca de Meo, seu CEO, tem sido uma das vozes mais combativas em relação às medidas que a União Europeia está tomando.
A posição da Renault é que o Euro 7 representa apenas um encargo para as contas bancárias dos fabricantes. Eles acreditam na hibridização como uma transição suave até a chegada da eletrificação completa, que a Renault planeja para 2030. Eles afirmam que, com a China investindo decididamente no carro elétrico, uma normativa com uma data de validade tão curta implicará enormes sacrifícios econômicos que acabarão sendo pagos pelos consumidores.
Com a Horse, pretendem continuar desenvolvendo novos motores de combustão. Parte do plano é garantir versões híbridas (mais ou menos eletrificadas) que possam continuar operando com os padrões que a Europa quer impor. Como parceiros no caminho, têm o conglomerado automotivo chinês Geely.
O projeto da Renault, no entanto, não conta com todo o apoio dentro do grupo que forma com a Mitsubishi e a Nissan. Os últimos têm se mostrado contrários ao acordo e, por meses, vivenciamos uma novela sobre as posições individuais de cada empresa. Finalmente, a Nissan poderá montar motores da Horse, mas não veremos desenvolvimento da marca nesta nova empresa.
O El País também aponta que um dos motivos pelos quais a Renault poderia ter escolhido a Espanha em vez da Romênia é a possibilidade de a Aramco se tornar uma importante parceira da empresa. A Aramco faz parte da associação com a Repsol para produzir efuels em Bilbao.
Por enquanto, a Renault reafirmou seus planos elétricos, mas a porta para o motor de combustão poderia permanecer aberta, especialmente se considerarmos que a Europa ainda não havia decidido permitir os combustíveis sintéticos na elaboração de suas futuras normativas para a redução de emissões.