Os refrigerantes diet, iogurtes e cereais vão desaparecer das lojas? Adoçante artificial é o vilão!
Publicado em 7 de setembro de 2023 às 19:23
Por Maria Luisa Pimenta
Vários alimentos que consumimos no dia a dia contam com um adoçante artificial chamado aspartame em sua composição. Porém, segundo a OMS, ele tem potencial cancerígeno.
Refrigerantes diet e vários outros alimentos contam com o aspartame na composição Refrigerantes diet e vários outros alimentos contam com o aspartame na composição© Getty Images
O aspartame é um adoçante artificial usado em muitos alimentos
Iogurtes e cereais podem ter aspartame em sua composição
O aspartame foi considerado uma substância "possivelmente cancerígena"
O aspartame presente no cereal e outros alimentos tem potencial cancerígeno
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Alguns alimentos se tornaram tão comuns no nosso dia a dia que nem conseguimos mais nos imaginar sem. Refrigerantes diet, iogurtes, cereais, goma de mascar e muitos outros são produtos que muita gente tem o costume de ingerir diariamente. Porém, uma descoberta recente da OMS pode acabar impactando o seu consumo. Esses alimentos são ricos em um adoçante artificial chamado aspartame. O problema é que a OMS (Organização Mundial da Saúde) acabou de qualificá-lo como possivelmente cancerígeno. Entenda o que isso significa e saiba se refrigerantes diet, iogurte, cereais e outros alimentos com aspartame vão sumir das prateleiras dos mercados.

O que é aspartame?

Antes de entender como isso tudo pode impactar sua vida, é importante saber o que é aspartame. Trata-se de um adoçante artificial presente em muitos alimentos hoje em dia. Ele foi descoberto em 1965 e, a partir da década de 80, foi aprovado pela FDA, passando a ser usado amplamente. Isso aconteceu principalmente por causa do aumento da conscientização acerca dos perigos do açúcar. Taxas de diabetes e obesidade cresciam consideravelmente. Para prevenir esses casos, os adoçantes artificiais passaram a substituir o açúcar de baixas calorias em alimentos e bebidas, popularizando as versões "diet". Atualmente, estima-se que mais de 5.000 produtos vendidos nos EUA contém doses de aspartame.

Aspartame é possivelmente cancerígeno

Tudo começou a mudar em julho deste ano, quando a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), da OMS, declarou o aspartame como "possivelmente cancerígeno". Isso não quer dizer que ele vai causar diretamente o câncer, mas pode ser um fator importante. O Comitê Misto FAO/OMS de Peritos em Aditivos Alimentares (JECFA) também avaliou o ingrediente, mas, por enquanto, sugeriu manter sua recomendação existente. Segundo o comitê, as pessoas não precisam tirar de vez o aspartame das suas vidas, mas o ideal é respeitar o limite de ingestão diária.

Recomenda-se o consumo para cerca de 40 mg por Kg de peso corporal. Em termos comparativos, podemos usar de exemplo o refrigerante diet. Essa bebida costuma ter cerca de 200 mg de aspartame por lata de 350 ml. Isso quer dizer que um adulto que pesa cerca de 60 Kg teria que beber em torno de 12 latas de refri diet por dia para ultrapassar o limiite recomendado (isso se não consumir outros alimentos com aspartame).

Porém, nem todo mundo concorda com esse limite. A Food and Drug Administration afirmou para a Vox que "identificou deficiências significativas" nos estudos e acrescentou que "o aspartame é um dos aditivos alimentares mais estudados na alimentação humana".

O que tudo isso significa?

A verdade é que os estudos são recentes, então não dá para saber exatamente a gravidade que o aspartame pode causar no corpo humano. O que sabemos é que essa substância tem um possível potencial cancerígeno, de acordo com a OMS. Por enquanto, não se deve mudar muita coisa, já que a resposta à nova informação da OMS vai depender dos reguladores, empresas e consumidores. Não é provável que, por enquanto, haja uma proibição no uso do aspartame, mas cientistas apelam para a prudência na hora do consumo. "A ciência ainda está a evoluir, mas recomendamos que as pessoas utilizem o relatório de hoje da IARC como um momento para refletir sobre o uso do aspartame, mas também como uma oportunidade para rever a sua ingestão alimentar global, incluindo carne processada e álcool, conhecidos agentes cancerígenos associados ao aumento do risco. do câncer", afirmou o Dr. William Dahut, diretor científico da American Cancer Society, que pediu ainda que a IARC continue realizando pesquisas.

Comidas com aspartame vão sumir dos supermercados?

Se você é fã de um refrigerante diet deve estar preocupado se ele vai sumir das prateleiras do supermercado. Como os estudos ainda estão sendo feitos, a previsão é de que, por agora, as empresas alimentícias não vão mudar nada. O diretor da PepsiCo, por exemplo, já disse que não tem planos de mudar produtos agora. "Não consigo imaginá-los reformulando nenhum dos seus produtos como resultado deste anúncio, a menos que haja alguma reação significativa do consumidor que resulte num declínio acentuado na procura", explicou Ronholm.

Comer ou não comidas com aspartame?

Por enquanto, as empresas não devem mudar nada, mesmo diante dessa informação tão importante. Mas, como consumidor, preciso evitar o aspartame a todo custo? O Centro para a Ciência de Interesse Público (CSPI) já recomenda há um tempo que as pessoas tenham o cuidado na hora de consumir produtos com aspartame. Por enquanto, não há nenhuma resposta certa, mas é importante sim ter essa atenção e evitar o excesso. Porém, é importante ressaltar que, apesar do risco do aspartame, continua sendo melhor ingerir alimentos com ele do que com o açúcar normal.

"Digo isso com uma advertência muito importante – que os consumidores não devem trocar o aspartame por açúcar. O refrigerante açucarado comum representa um risco maior à saúde dos consumidores do que o aspartame e outros adoçantes não nutritivos", ressaltou Thomas Galligan, cientista de aditivos e suplementos alimentares da organização. O recomendado, segundo o especialista, é ingerir alimentos com o adoçante natural estévia.

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