Precisamos levar o racismo contra pessoas amarelas a sério
Publicado em 18 de março de 2021 às 12:04
Por Purebreak
No último ano, ataques racistas contra pessoas amarelas aumentaram em uma escala assustadora. Com a irresponsabilidade de chefes de Estado e pessoas influentes associando o vírus da Covid-19 a asiáticos, o racismo contra este grupo foi ainda mais banalizado e, infelizmente, normalizado. Os ataques verbais se tornaram físicos e, agora mais do que nunca, precisamos levar o assunto a sério.
Xenofobia e racismo: precisamos levar o preconceito contra pessoas asiáticas a sério Xenofobia e racismo: precisamos levar o preconceito contra pessoas asiáticas a sério© Getty Images
Com a pandemia da Covid-19, ataques racistas à pessoas amarelas aumentaram
BTS: o grupo de K-Pop também sofreu ofensas racistas e xenofóbicas na internet
Ataques contra a comunidade asiática aumentam, e campanha #StopAsianHate ganha força
O racismo contra pessoas amarelas ainda é banalizado no Brasil e no mundo
Nos Estados Unidos, 8 pessoas foram assassinadas em um possível crime de ódio
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Na manhã desta quarta (17), o mundo acordou com mais uma notícia difícil. Na cidade de Atlanta, nos Estados Unidos, 8 pessoas foram mortas em ataques a tiros, direcionados para casas de massagem. Dentre as vítimas, seis eram mulheres de origem asiática. Nos Estados Unidos, é comum que estas casas de massagem sejam negócios com donos imigrantes ou descendentes de imigrantes. Por isso, o caso está sendo considerado um possível crime de ódio xenofóbico, planejado premeditadamente.

A atriz Lana Condor, de "Para Todos Os Garotos Que Já Amei", se manifestou sobre o caso, e outros colegas demonstraram apoio. A hashtag "StopAsianHate" ficou entre as mais comentadas do dia.

"Acorde. Seus amigos e familiares asiáticos estão profundamente assustados, enojados e revoltados."

A motivação do crime ainda não foi comprovada pelas investigações, mas diante a onda de ataques racistas contra comunidades do Leste Asiático, é difícil ignorar tamanha "coincidência". Estes ataques aumentaram assustadoramente no último ano, motivados por uma associação sem sentido de qualquer pessoa amarela ao vírus da Covid-19. É claro que isso é só um pretexto para pessoas preconceituosas validarem o seu ódio contra quem é diferente, e perderem a vergonha de ofender ao próximo.

As ofensas verbais se tornaram físicas, e agora culminaram na morte de oito pessoas inocentes. Por que, então, ainda não levamos o racismo contra a comunidade asiática a sério? Tantas pessoas influentes - até chefes de Estado, como Jair Bolsonaro e Donald Trump - disseminam "piadas" extremamente preconceituosas e se sentem livres para fazer isso. As "brincadeiras" com pessoas amarelas são banalizadas e normalizadas com tanta facilidade que chega a ser assustador.

Virou "cool" zombar da comunidade asiática, do K-Pop, dos fãs e de qualquer coisa que envolva as culturas orientais. O BTS, por exemplo, sofreu ataques racistas de um radialista alemão recentemente, mas não foi a primeira e nem a última vez que o grupo teve que lidar com este tipo de comentário. Em um outro caso, a Topps, uma empresa que faz cards colecionáveis, achou que seria uma boa ideia criar um desenho do boygroup apanhando - literalmente - do Grammy, os colocando em uma situação de violência desnecessária. O fato da arte ter sido divulgada no mesmo dia do crime de Atlanta torna tudo ainda mais insensível.

E quando fãs de K-Pop, ou até mesmo os artistas asiáticos se manifestam sobre estes ataques de cunho racial, são quase sempre tratados como "exagerados". A desculpa é a mesma: "foi só uma brincadeira", "vocês entenderam errado". Os autores dos ataques preferem negar a realidade, mas nós sabemos muito bem a origem desta vontade de diminuir pessoas amarelas: o racismo.

Não podemos esquecer que ele também está nas pequenas coisas, nas micro agressões, nos ataques disfarçados de "brincadeiras". Já passou da hora de acabar com a normalização de ataques a grupos asiáticos. Cada grupo racializado tem as suas particularidades, dores e cicatrizes, e nós precisamos respeitar a todos eles.

Palavras-chave
Comportamento Diversidade Mundo Saúde Mental Nosso Normal