Boa parte do país já está vacinando a população maior de 18 anos nesta semana. Ou seja, os adultos e os jovens podem estar completamente protegides em breve. No entanto, para a pandemia do coronavírus acabar de vez, é preciso que boa parte da população brasileira esteja vacinada. Especialistas acreditam que é preciso atingir cerca de 70% dos habitantes nacionais para realmente começarmos a acabar com a ameaça. Para isso, é preciso que cada um de nós vá se imunizar quando chegar a hora.
Chega a ser bizarro que nossa vida inteira pode mudar por conta de uma simples picada no braço, não é mesmo? Porém, quando entendemos como funciona a imunização tudo faz muito mais sentido. A vacinação é a melhor forma de combater a Covid-19, uma vez que ainda não temos nenhum medicamento próprio para curar/tratar a doença, que já tirou a vida de mais de meio milhão de brasileiros.
Por mais eficientes que sejam as vacinas, nenhuma garante uma proteção absoluta contra a Covid-19. Isso significa que ainda existem chances de contrair o vírus. O que os imunizantes fazem é reduzir drasticamente a quantidade de pessoas que precisam ser hospitalizadas ou apresentem sintomas graves da doença, principalmente depois de tomar as duas doses. É importante ressaltar que a proteção só se torna completa após as duas aplicações. Então nem pensar em achar que já está tudo bem depois de tomar só a primeira.
Os especialistas ainda estão estudando a chance dos imunizantes reduzirem o contágio do vírus, mas seu objetivo principal era mesmo de impedir que as pessoas morressem ou desenvolvessem aspectos mais sérios da doença.
Casos como o de Tarcísio Meira, que morreu de Covid mesmo após estar protegido com as duas doses da vacina, não devem ser tidos como provas contra a eficácia da vacinação. Por mais que sejam raros, ainda é possível que isso aconteça. Afinal, há uma baixa chance disso ocorrer e as exceções confirmam a regra. Se isso vira notícia, é porque a regra geral é que a imunização diminua, de fato, esse risco. Então podemos - e devemos - acreditar nas vacinas. Tarcísio não morreu pela ineficácia do seu imunizante, mas sim pela falta de vacinação para o resto das pessoas.
Se a imunização no Brasil não tivesse demorado tanto para começar, caso tivéssemos respondido as propostas dos fabricantes e aderido à medidas mais rígidas para conter a pandemia, muitas mortes poderiam ter sido evitadas. Mas agora é preciso que não sejamos coniventes e nem carreguemos a culpa por mais mortes que nós podemos ajudar a evitar ao se vacinar.
Já que nenhum imunizante oferece uma cobertura absoluta contra a doença, a gente precisa mesmo é que o máximo de pessoas possível se imunize. Dessa forma, temos que atingir a imunidade de rebanho ou imunidade coletiva. Com muita gente vacinada, vamos ter mais defesas contra o vírus. Isso fará com que barreiras sejam criadas para ele não se disseminar, e assim vamos vencer a pandemia.
Então, se só uma pessoa se proteger, ela não vai estar completamente segura. As chances dela desenvolver sintomas graves e ser internada realmente diminuem, mas a proteção efetiva só acontece quando muitos ao seu redor se protegem também.
De acordo com a prefeitura do Rio de Janeiro, 95% dos internados com sintomas do novo coronavírus na cidade não tomaram sequer a primeira dose de um imunizante. Isso comprova como é importante se vacinar para que o número de internados diminua cada vez mais.
Mesmo depois da imunização, é necessário manter os cuidados contra o vírus. O uso de máscaras, distanciamento social, não promover aglomerações, lavar as mãos e passar álcool em gel. Logo logo isso tudo vai passar, mas para que isso realmente acabe, cada um precisa fazer a sua parte.
A variante delta foi registrada em mais da metade das amostras colhidas no Rio de Janeiro. Ela é só uma dos vários tipos de vírus que sofreram mutações. Os especialistas ainda estão analisando a eficácia dos imunizantes para essas novas versões, mas a vacinação é necessária até mesmo para impedir que novas variantes se formem.
A CoronaVac é fabricada pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Ela é feito com vírus inativado, incapaz de causar a doença, e produz uma resposta imunológica quando é injetado no organismo. As duas doses precisam ser tomadas com um intervalo de 14 a 28 dias e sua eficácia global pode chegar a 62,3% se o intervalo for igual ou maior que 21 dias. Nos casos um pouco mais graves, ela pode oferecer de 83,7% a 100% de proteção.
Já a vacina feita pela AstraZeneca em parceria com a Oxford e produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), utiliza o vetor viral. O adenovírus infecta chimpanzés e, então, seus genes são manipulados para que seja inserido o gene da proteína "Spike" do Sars-Cov-2. Com as duas doses, que devem ser tomadas em um intervalo de até 12 semanas, ela oferece 81% de eficácia.
A famosa Pfizer é feita pela farmacêutica em parceria com o laboratório BioNTech. Ela utiliza RNA mensageiro que dá instruções para o nosso organismo produzir proteínas encontradas na superfície do novo coronavírus. Isso acaba estimulando uma resposta imune pelo nosso corpo. Ela requer duas doses de aplicação, em um intervalo de até 12 semanas, e oferece 95% de proteção após a imunização completa.
E a Janssen é feita pelo grupo Johnson & Johnson. Ela é baseada na mesma tecnologia da Astrazeneca, utilizando um adenovírus geneticamente modificado para que não haja replicação em seres humanos. Ela precisa de só uma dose e oferece 66,9% de eficácia em casos leves/moderados e 76,7% contra casos graves depois de 14 dias da aplicação.
Sim, as vacinas até podem gerar alguns efeitos colaterais após a aplicação, como dor local, dores de cabeça, enjoo e até febre. Mas isso é normal e passa em alguns dias. E vamos combinar que os efeitos colaterais dos imunizantes são muito mais suaves do que as consequências da Covid-19.
Não! Como a gente falou antes, o importante será a quantidade de pessoas protegidas contra o coronavírus e isso independe da marca do imunizante. Todas as vacinas que estão disponíveis e sendo distribuídas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e são seguras. Elas passaram por vários testes para poderem estar aptas para serem aplicadas em nós, então não tem com o que se preocupar. Sendo assim, quando for receber o imunizante, aceite o que tiver no posto.
Há raros casos de pessoas que têm restrições a alguma delas. Aqueles que tem alergias a medicamentos ou condições físicas específicas devem consultar o médico para se certificar sobre a existência ou não de alguma limitação para tomar os imunizantes. Mas no geral, é hora de se vacinar!
Por isso, vacina sim!