A Organização Mundial da Saúde (OMS) deu nome a uma nova variante do coronavírus, como informou no comunicado divulgado nesta sexta-feira (26). Batizada de "Ômicron", a B.1.1.529 foi considerada uma "variante de preocupação" pelo órgão. Isso significa que ela pode ser mais transmissível, provocar casos mais graves da doença, ou então diminuir a eficácia de medidas de combate ao vírus.
Para se ter uma noção do que isso significa, outras variantes que são consideradas de preocupação são a Alfa, Beta, Gama e Delta. A Ômicron tem 50 mutações, e mais de 30 delas são na proteína "spike", que é como se fosse a "chave" usada pelo vírus para conseguir se infiltrar nas nossas células. Ela é o alvo da maior parte das vacinas fabricadas contra a Covid-19, daí a grande preocupação.
Esta nova cepa do vírus já foi localizada em países como Botsuana, Hong Kong, Israel, Bélgica e África do Sul. O último foi o que identificou a variante à OMS.
"A situação epidemiológica na África do Sul foi caracterizada por três picos distintos nos casos notificados, o último dos quais foi predominantemente a variante Delta. Nas últimas semanas, as infecções aumentaram abruptamente, coincidindo com a detecção da variante B.1.1.529. A primeira infecção B.1.1.529 confirmada conhecida foi de uma amostra coletada em 9 de novembro de 2021", ressaltou a Organização.
Não sabemos. Como a variante inédita foi identificada muito recentemente, ainda são necessários vários estudos para poder descobrir se os imunizantes que temos no momento são eficazes contra a Ômicron. A Pfizer, por sua vez, já revelou que pretende descobrir em duas semanas se sua vacina produzida em parceria com a BioNTech tem sua eficácia reduzida contra a nova cepa.
No Brasil, felizmente ainda não foi detectado nenhum caso da nova variante. Mesmo assim, o Ministério da Saúde já está de olho nos possíveis danos que ela pode trazer, por isso recomenda que sejam notificados imediatamente casos suspeitos da Ômicron pelas secretarias de saúde.
Ainda segundo o Ministério, os órgãos de saúde devem monitorar o acompanhamento de viajantes e rastrear os contatos direcionados e o isolamento de casos confirmados e suspeitos da nova cepa. Ele também orienta que pessoas vindas de lugares com maior incidência da nova variante sejam testadas e submetidas à quarentena.
Já a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou proibir a entrada de voos e viajantes de países como África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue no nosso país, sob a justificativa de já ter sido detectada recentemente a variante nesses lugares. Mas, a aprovação dessas medidas depende de vários órgãos e casas do governo federal.
Na nota técnica, a Anvisa argumenta: "Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), essa nova variante parece ter maior transmissibilidade e provavelmente está ligada ao aumento contínuo de infecções por SARS-CoV-2 nos referidos países, cuja cobertura vacinal ainda encontra-se baixa".
Até o fechamento da matéria, 21 nações já haviam anunciado bloqueios a voos ou viajantes vindos de países do sul da África. Canadá, Itália, Holanda e França são alguns dos que adotaram essas medidas.