A dupla KVSH e Maz está prestes a lançar seu próximo remix da faixa "Ninguém", de Chico Chico e Fran. O lançamento está previsto para sexta-feira (7) e os dois parecem ansiosos para compartilhar o resultado. Para KVSH, que está confirmado no Amsterdã Dance Event em outubro, é uma chance de mostrar a música nacional para o mundo.
"É uma música para trabalhar o mercado nacional, mas se Deus quiser, ela pode decolar para fora e os gringos vão poder ver essa parte mais brasileira nossa [...] A ideia é vestir a camisa. Vamos mostrar a música eletrônica brasileira e parar de ficar fazendo igual aos gringos", afirmou o DJ.
O Purebreak bateu um papo com Luciano Ferreira, o KVSH, e Thomaz Prado, o Maz, sobre o lançamento e planos para o futuro dos dois. Confira!
KVSH, você é fã de Trap e já fez até alguns remixes de músicas do Matuê e Orochi. Você já pensou ou tem planos de uma parceria original com um desses nomes do cenário trap nacional ou então de lançar oficialmente outras versões suas desses hits?
KVSH: Tem um release oficial agora em outubro, que é de "Final de Semana no Rio", que é do Teto. A gente conseguiu oficializar, vai ser o primeiro remix oficial da galera do trap. O Orochi é do trap, mas essa galera do 30praum são intocáveis. O próprio Matuê, é quase impossível conseguir falar com o cara. E a gente conseguiu, o Teto escutou o remix e pirou. Para quem não sabe, a primeira música que lancei não foi eletrônica, foi beat, trap. Comecei no trap, aqui em Belo Horizonte [...] Sempre fui fã de trap, fã de hip-hop, sempre fui desse mundo. Hoje em dia eu tô na vibe de tentar essas misturas loucas, tanto nos mashups, quanto nessa parceria com o trap. [...] Estou buscando fazer coisas diferentes e trazer para a música eletrônica. Eu me sinto como um projeto boca de funil. Uma pessoa de 15 anos que é fã de trap vai ouvir e pensar: "Que legal música eletrônica", aí você descobre mais pessoas. E eu tenho batido nessa tecla de como é importante valorizar, não só o underground, mas as pessoas que querem ser mainstream. As pessoas batem muito no Alok, por exemplo. Mas minha vó só entende música eletrônica por causa do Alok. Tô tentando buscar novos estilos e fazer essa mistura louca para tentar atingir outros nichos, sair da eletrônica e atingir novos estilos.
Maz, você é carioca e dá pra perceber que tem influência dos sambas da cidade em algumas das suas músicas. Nesse momento, você lança um remix oficial com o Chico, que é também um artista carioca. Tem mais algum nome do Rio que você gostaria de colaborar? O que mais te inspira na cidade pra produzir?
Maz: Muito legal você perceber isso, porque é muito espontâneo. Eu sempre tive um estilo de vida aqui que sempre esteve muito ligado à natureza, praticando esporte e a cidade do Rio não tem como não te inspirar. É tudo muito grande, montanhas e muita gente. É tudo muito intenso. Isso com certeza influencia. Por exemplo, eu não consigo acordar e ir para o estúdio. Eu preciso sair, nem que vá dar uma corrida na praia, vou dar um mergulho no mar... Vida de novela (risos). Isso inspira qualquer um que trabalhe com arte e expressão. Não tem como o ambiente não te influenciar positivamente.
Essa questão de timbres e instrumentos aqui, não diria nem o núcleo carioca, mas mais Brasil mesmo - carnaval, de Bahia. Meu insight com "Banho de Folhas", por exemplo... A Luedji (Luna) é bahiana né e eu comecei a relacionar várias coisas à Bahia, tipo carnaval. E comecei a ter muitos insights do Brasil e a testar. No começo eu fiz um Frankenstein. Eletrônica, batuque de samba, sei lá... E aí tá dando certo. Tem umas pessoas contra, mas tá tudo certo.
KVSH: Se tem alguém contra é porque tá no caminho certo.
Maz: Exatamente. É que tá fazendo barulho. Acho que minha vivência na cidade e aproveitando o que ela tem a me oferecer com certeza influencia muito na minha música. E pra colaborar aqui no Rio, tem muita gente boa! Cantoras... Tem uns moleques produzindo também, tem o Alex de BCX, o Alexandre Chaves, uma galera que ainda não está tão estabelecida no mercado nacional.