As tendências ditadas pela moda e até mesmo as vezes repercutidas pelas redes sociais nem sempre são consensuais e, com isso, podem gerar a apropriação cultural . Isso ocorre quando uma cultura é removida de seu contexto original e se torna elementos específicos de outra, podendo aparecer em ideias, símbolos, penteados, maquiagens e, mais recentemente, até mesmo como procedimento estético.
Pensando nisso, o Purebreak relembrou 5 casos para você entender melhor sobre essa problemática que traz tanta reflexão. Acompanhe!
No Carnaval de 2020, Alessandra Negrini foi cancelada na internet por surgir vestida de índia como musa do Acadêmicos do Baixo Augusta, de São Paulo. A atriz foi acusada de apropriação cultural e desrespeito a cultura indígena também. Masdesde 2017, que a artista e ativista indígena Katú Mirim lançou a hashtag #IndioNãoéFantasia e reforçou no Facebook que a prática foi racista.
Em sua conta do Instagram, ela rebateu as críticas por ter desfilado com o corpo pintado e minimizou a situação por ter desfilado ao lado de representantes dos nossos povos originários. "Como podemos ficar calados quando só em 2019, 138 lideranças indígenas foram assassinadas? Não é o seu lugar de fala? Sinto muito, é o meu (...) continuo desempenhando meu papel de atriz, usando meu corpo como instrumento de trabalho, para que se apropriem dele através de suas tintas, fantasias, medos e paradoxos", disparou.
Em junho do ano passado, Flávia Pavanelli esclareceu o polêmico procedimento "fox eyes", que tem como objetivo esticar os olhos a partir do efeito lifting. A influenciadora causou o debate de apropriação cultural e racismo pela web, uma vez que seu olhar ganhou uma dimensão mais estendida, meio oriental.
O procedimento também já adotado por Kendall Jenner e Bella Hadid levantou a questão por, diversas vezes, um oriental ser chamado de forma pejorativa.
No final de 2019, para curtir o Réveillon, Isabella Santoni resolveu inovar o visual, mas acabou surpreendendo, de forma negativa, ao aparecer com tranças loiras da cabeça às pontas. A ativista Stephanie Ribeiro, do "Revista capitolina", afirmou em entrevista que pessoas brancas que usam dreads, turbantes e elementos similares cometem, sim, apropriação cultural.
"É totalmente diferente ser branco – ou passar como branco – e usar um turbante/dread, e ser negro usando as mesmas coisas; os olhares são outros, exatamente porque quando usado pelo protagonista daquela tradição, o símbolo ganha outro significado, ele é político, de resistência e empoderamento", explicou.
Em 2013, Julianne Hough pintou rosto e braços para escurecer a pele como parte de uma fantasia de Halloween inspirada na personagem Crazy Eyes, de "Orange is the New Black", e isso revoltou os internautas, que a acusaram de blackface.
Mas o blackface não se trata apenas de pintar a pele de cor diferente. No passado, era uma prática na qual as pessoas negras eram ridicularizadas para o entretenimento de brancos, além de sofrerem estereótipos negativos. Neste ano, Hough se retratou novamente com o público e disse que "a ignorância às vezes não é uma bênção".
Já em 2008, um pouco mais no passado, a modelo Heidi Klum foi acusada de apropriação cultural e uso de símbolos religiosos ao aparecer fantasiada como a deusa indiana da destruição, Kali, durante as comemorações do Halloween.